Uma pesquisa de sondagem realizada com as indústrias da região de Campinas apontou que o setor teve impactos positivos com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). De acordo com o levantamento do Ciesp (Centro das Indústrias do estado de São Paulo), 43% das empresas identificaram aumento da competitividade e das vendas. Além disso, 36% dos participantes afirmaram reduções nos custos de produção e no preço final do produto, e 21% das empresas não tiveram impactos.
Na pergunta dirigida às empresas exportadoras da Regional Campinas do Ciesp sobre a política cambial a ser adotada no país, 71% sugeriu a flutuante, onde o valor da moeda varia de acordo com o mercado. O regime de bandas cambiais, com a moeda variando dentro de uma faixa foi apontado por 21% das respondentes. Nenhuma empresa optou pela opção do regime de valor fixo, com a moeda nacional tendo como referência uma moeda estrangeira. Já 8% das empresas optaram por ‘nenhuma das anteriores’.
“A resposta das empresas associadas mostra de forma bastante clara, que é o mercado quem deve definir o câmbio”, explicou o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa. Na avaliação de outros indicadores de desempenho da indústria regional em setembro, o diretor do Centro afirmou que o volume de produção, nível de emprego, faturamento e lucratividade estão em estabilidade, na mesma tendência positiva identificada nos últimos três meses.
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Segundo Corrêa, essa “tendência se comprova pelo faturamento, que aumentou para 36% das empresas respondentes pelo segundo mês consecutivo e pelo nível de utilização da capacidade instalada de produção entre 50,1% até 100% foi apontada por 93% das associadas, refletindo o bom momento da indústria da região de Campinas. Já os custos de produção das empresas em setembro – trabalhistas, matérias-primas e componentes, energia, água e transporte, permaneceram em patamares inalterados em relação ao mês anterior. Isso nos sugere uma tendência positiva para a indústria regional os próximos meses”, avaliou o diretor.
BALANÇA COMERCIAL REGIONAL
O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, comentou sobre as incertezas em relação ao comércio exterior, em função da guerra Rússia e Ucrânia e dos reflexos da pandemia da covid-19 na China, que ainda afetam as cadeias de suprimentos mundiais.
Em relação aos números da Balança Comercial Regional, em agosto de 2022, o valor exportado foi de US$ 369,1 milhões, sendo 24,9% maior que em agosto de 2021. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,4 bilhão, quantia 24,8% maior do que em agosto do ano passado. O saldo em agosto de 2022 foi negativo em US$ 1 bilhão, o que representa um percentual 24,7% maior do que o registrado em agosto de 2021.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em agosto de 2022 foi de US$ 1,8 bilhão, sendo 24,8% maior que em agosto do ano passado.
EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES
Em agosto, os três principais segmentos exportadores foram máquinas, caldeiras, aparelhos mecânicos e suas partes, produtos plásticos e derivados e produtos de papel e celulose. Os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem:
- Campinas (27,2%)
- Paulínia (27%)
- Sumaré (10,1%)
- Mogi Guaçu (9,6%)
- Conchal (4,8%)
Já os principais segmentos importadores foram produtos químicos orgânicos, produtos químicos diversos e máquinas, aparelhos, materiais elétricos, aparelhos de gravação e reprodução. Enquanto isso, os municípios que mais importaram foram:
- Paulínia (51,8%)
- Campinas (21,2%)
- Jaguariúna (6,7%)
- Sumaré (6,6%)
- Hortolândia (5,9%)
O Ciesp-Campinas conta com 548 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 52 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 97.894 colaboradores.