A operação da Polícia Federal que prendeu 14 pessoas, entre eles dois presidentes de bancos digitais, nesta quarta-feira (28), apreendeu 46 veículos, 30 deles de luxo. Entre os veículos apreendidos, estão carros da marca Volvo, Mercedes-Benz, BMW e Porsche, avaliados em, ao menos, R$ 300 mil.
Além disso, joias, relógios e centenas de máquinas de cartão de crédito também foram encontrados com os suspeitos.
As prisões e apreensões são resultado da “Operação Concierge”, que buscou desarticular uma organização criminosa que cometia crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro por meio de bancos digitais.
A PF afirma que as fraudes movimentaram R$ 7,5 bilhões e beneficiaram facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas e outras irregularidades. Cerca de R$ 850 milhões de reais foram bloqueados das contas associadas aos envolvidos.
“Com a devida autorização judicial, a Polícia Federal acessou os relatórios de inteligência do Coaf (Conselho de Controle de Atividades) e foram identificadas que essas instituições tinham milhares de transações atípicas, de grandes valores, o que permitiu um aprofundamento da investigação porque as comunicações do Coaf traziam indícios de lavagem de dinheiro”,
explicou o chefe do núcleo de inteligência da PF Campinas, André Almeida de Azevedo Ribeiro.
Como a organização criminosa funcionava?
A investigação apontou que os envolvidos ofereciam contas clandestinas por meio da T10 Bank e da InoveBanco, dois bancos digitais que não tinham autorização para funcionar como bancos digitais.
Segundo as investigações, o grupo criminoso anunciava as contas como “contas garantidas”, invisíveis ao sistema financeiro e blindadas contra ordens de bloqueio, penhora e rastreamento. As “contas bolsões” não têm conexão entre remetentes e destinatários e não ligam os correntistas aos bancos.
Além das “contas bolsões”, a organização também usou máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada para lavar dinheiro e para o pagamento de atos ilícitos de forma oculta.
Quem são os presos na operação?
Entre os presos da operação “Concierge” estão o presidente da T10 Bank, José Rodrigues, e também o fundador e CEO do InoveBanco, Patrick Burnet, que ainda é presidente do Lide Inovação. Burnett tem grande influência nas redes sociais.
Os presos foram levados para a sede da Polícia Federal, em Campinas, e depois seguirão para a Superintendência da PF, na capital paulista.
Os 60 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos investigados: as sedes dos bancos digitais, casas e apartamentos em bairros nobres, além de concessionárias de veículos. Os carros de luxo foram apreendidos e levados para a sede da PF em Campinas.
“Empresas que se denominavam na internet e anunciavam serviços típicos de banco, como contas bancárias, empréstimos, financiamentos. Serviços que são feitos apenas com autorização do Banco Central pra funcionar. Além desse tipo serviço, uma das empresas ofertava claramente, nas mídias sociais, o serviço de conta garantida para fugir de bloqueios judiciais”, .
conta André
Operação Concierge
Ao todo, 200 policiais participaram da operação. Dos 17 mandados de prisão expedidos, 14 foram cumpridos, 13 deles em Campinas. Na região, a operação aconteceu em Campinas, Valinhos, Americana e Paulínia.
Além das prisões e apreensões, a Justiça também determinou o cancelamento das atividades de 194 empresas que eram utilizadas pela organização criminosa nas ações.
“Um dos objetivos principais da Polícia Federal é desarticular as organizações criminosas, atingindo seu cerne principal, que é o aspecto financeiro, a riqueza dessas organizações criminosas. Quando nós encontramos esquemas como este dentro do sistema financeiro nacional, funcionando clandestinamente, são justamente esses sistemas que permitem pagamentos entre atividades ilícitas e empresas de fachada”,
explicou o delegado da PF, Edson de Sousa.
Advogados e contadores investigados também tiveram os registros profissionais suspensos.
Os investigados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, ocultação de capitais, crimes contra ordem tributária e organização criminosa.
O que dizem os investigados?
Em nota, os advogados do Inove Grupo afirmaram que ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação e que a empresa nega relação com os fatos mencionados e que vai colaborar com todas as investigações. A nota diz ainda que o Inove Grupo é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento e que não é uma instituição financeira e nem banco digital.
Nós tentamos contato com a defesa de José Rodrigues e do Patrick Burnett mas não tivemos nenhum retorno. O T10 Bank também não respondeu aos nossos contatos.
Com informações de Júnia Vasconcelos/EPTV Campinas
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