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CotidianoPF de Campinas faz operação contra crimes financeiros e lavagem de R$ 2,5 bilhões

PF de Campinas faz operação contra crimes financeiros e lavagem de R$ 2,5 bilhões

Fraudes teriam objetivo de financiar ‘padrão de vida cinematográfico’

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Mandados estão sendo cumpridos nesta manhã em Campinas (Foto: Paulo Gonçalves/EPTV)

A Polícia Federal de Campinas iniciou na manhã desta terça-feira (11) uma operação para apurar crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro na ordem de R$ 2,5 bilhões

Segundo a corporação, a investigação, que resultou em 15 mandados de prisão e 70 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas, foi iniciada há dois anos e contou com a atuação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal. 

As fraudes foram descobertas a partir de ações fiscais da Receita Federal que detectou movimentações financeiras suspeitas.
Mandados são cumpridos hoje em Campinas, Valinhos, Indaiatuba, Sumaré, São Paulo, Guarujá, além de Paraty (RJ), Fortaleza (CE), Aquiraz (CE), e Brasilia (DF). A operação recebeu o nome de Black Flag.

Durante a manhã, mandados estão sendo cumpridos em empresas e escritórios de Campinas na região do Cambuí e do Jardim Nilópolis. Um SPA no Cambuí também é alvo da investigação. 

PADRÃO DE LUXO 

De acordo com a PF, com a instauração do inquérito policial e o avanço das investigações descobriu-se uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas fictícias que chegou a movimentar 2,5 bilhões de reais em operações financeiras, tendo por único objetivo sustentar os integrantes da organização criminosa em “padrão de vida cinematográfico”, com a aquisição de veículos de luxo, imóveis, lancha no valor de 5 milhões de reais e até ao patrocínio de esporte automobilístico. 

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Para proteger o patrimônio, segundo a investigação, foram criadas empresas para assumir a propriedade de bens e blindá-los de eventuais ações fiscais, cujos créditos já apurados pela Receita Federal ultrapassam R$ 150 milhões.  

COMO FUNCIONAVA  

Segundo a investigação, um grupo econômico da região de Campinas teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos financeiros foi identificado pela Receita Federal durante o trabalho de fiscalização. 

Com o aprofundamento das investigações, verificou-se que, em determinado momento, a titularidade das empresas do grupo fiscalizado foi transferida para laranjas e ao mesmo tempo, o capital social dessas empresas foi aumentado de forma artificial.   

Valores obtidos junto às instituições financeiras e decorrentes de ilícitos tributários foram transferidos a laranjas e a contas abertas com CPFs falsos.

De acordo com a Receita Federal, laranjas, CPFs falsos e empresas de fachada também foram utilizados para a ocultação da real propriedade de bens de alto valor. Uma empresa de fachada, por exemplo, reúne em seu patrimônio imóveis nas regiões mais valorizadas das cidades de Campinas e São Paulo, carros de luxo e uma lancha avaliada em mais de R$ 4 milhões.  

“Foi apurada a existência de uma vasta gama de pessoas que teriam auxiliado na prática dos ilícitos, como advogados e contadores, além de responsáveis pela falsificação de documentos. Mais recentemente, o mentor da organização passou a atuar no ramo de energia solar e também se valeria de uma offshore para justificar a origem dos vultosos investimentos”, disse a nota. 

MEDIDAS

No total, 220 policiais federais e 50 servidores da Receita Federal participaram da operação denominada ‘Black Flag’ nesta manhã, com buscas e prisões nos estados de Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. 

Entre as medidas cumpridas nesta manhã está o bloqueio de contas e investimentos no valor de 261 milhões de reais, sequestro de bens imóveis e congelamento de transferências de bens móveis. Também foi determinado o afastamento de um Delegado de Polícia Federal do exercício do cargo.

O nome da operação é uma alusão à cessação das atividades criminosas da organização assim como ocorre na desclassificação de corredores automobilísticos que infringem os regulamentos e recebem uma bandeirada preta, já que parte dos recursos originários dos crimes financiava o esporte automobilístico dos principais investigados. 

Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, crimes contra a ordem tributária, estelionato, falsidade ideológica e material e organização criminosa.

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