A Polícia Federal de Campinas deflagrou na manhã desta terça-feira (7) uma operação contra fraudes no Auxílio Emergencial, programa que garantiu benefício financeiro a pessoas em situação de vulnerabilidade durante a pandemia de covid-19.
Segundo a corporação, a investigação começou após desvios de valores para contas de uma pessoa e uma empresa de Indaiatuba. Com os desvios, é estimado que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os R$ 50 milhões de reais, com mais de 10 mil contas fraudadas.
Ao todo 200 policiais federais dão cumprimento hoje a 47 mandados de busca e 2 mandados de prisão preventiva, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas. De acordo com a Polícia Federal, são 37 pessoas investigadas pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa, cujas penas somadas ultrapassam 22 anos de prisão.
Os alvos estão em endereços localizados em 12 estados e no Distrito Federal. Também foram autorizados pela 9ª Vara Federal de Campinas o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.
A INVESTIGAÇÃO
Segundo a Polícia Federal, a investigação foi iniciada em agosto de 2020 com base em uma informação encaminhada pela Caixa Econômica Federal à Policia Federal em Brasília, com dados sobre 91 benefícios de Auxílio Emergencial fraudados, no valor total de R$ 54,6 mil, que foram desviados para duas contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica residente/sediada em Indaiatuba.
“Com isso, uma operação foi instaurada na Delegacia de Polícia Federal em Campinas e revelou milhares de outras fraudes. O rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos nestas fraudes estavam situados nos estados de Goiás e Rondônia, sendo este último, estado lugar de residência de familiares da pessoa física residente em Indaiatuba”, informou a PF.
Segundo a Polícia Federal, em um segundo estágio da investigação, foi verificado que os beneficiários em questão receberam valores provenientes de ao menos 359 contas do Auxílio Emergencial fraudadas por meio de pagamento de boletos e transferências bancárias.
“Após análises de RIFs (relatórios de inteligência financeira) e quebra de sigilos bancários, estima-se que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os R$ 50 milhões, com mais de 10 mil contas fraudadas”, informou.
A OPERAÇÃO
A operação foi denominada Apateones, cujo nome em tradução livre do grego significa fraudadores. Segundo a PF, a ação é resultado de uma união de esforços denominada EIAFAE (Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial), da qual participam a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, CAIXA, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. Segundo a PF, a operação é a maior do país desde que o EIAFAE começou a atuar.
“O objetivo da atuação interinstitucional conjunta é a identificação sistemática de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a responsabilização de seus integrantes e a recuperação de valores para o Erário”, informou a corporação.
Os mandados são cumpridos em 12 estados da Federação: Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal.
Em São Paulo, mandados são cumpridos em Valinhos, Guarulhos, Sorocaba, Ibiúna, Araras e Marília. Segundo a PF, os dois mandados de prisão são cumpridos em Goiânia e Brasília.
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