A operação contra uma quadrilha que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades terminou com a prisão de seis pessoas na região de Campinas e a apreensão de vários veículos de luxo. O grupo é investigado por planejar a morte do senador e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
Ainda pela manhã, foram apreendidos e encaminhados para a delegacia da Polícia Federal em Campinas, carros de luxo que pertencem a quadrilha: três BMW’s, duas caminhonetes, duas motos e um carro modelo New Beetle. Entre os presos, estão duas mulheres e quatro homens que também foram levados para a sede da Polícia Federal em Campinas.
Além dos seis presos, que eram alvos da operação, outras duas pessoas foram detidas em flagrante. Uma delas estaria com documentos falsos. Também foram apreendidos malotes com documentos nos endereços dos alvos.
Na região, os mandados foram cumpridos em Sumaré, Hortolândia, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa e Americana (veja abaixo). Dos 35 mandados cumpridos no país, 12 foram na região. Veja locais:
- 7 mandados em Sumaré
- 2 mandados em Hortolândia
- 1 Santa Barbara d’Oeste
- 1 Nova Odessa
- 1 mandado em Americana
VEJA FOTOS DOS VEÍCULOS APREENDIDOS:
AUTORIDADES COMO ALVOS
O grupo é suspeito de planejar matar e sequestrar autoridades, segundo o ministro da Justiça, Flavio Dino. O ministro afirmou que os criminosos tinham objetivo de retaliação e intimidação dos agentes públicos, e a ação teria porte de terrorismo.
Nas redes sociais, Moro afirmou que era um dos alvos do grupo criminoso. De acordo com os investigadores, os crimes seriam uma retaliação de integrantes de uma facção criminosa por causa de uma portaria do governo que proibia visitas íntimas em presídios federais.
Atentados eram planejados desde o ano passado, segundo a investigação, e envolviam ataques a políticos e funcionários públicos, entre eles um senador (Sérgio Moro) e um promotor da Justiça. A Uma outra possível vítima foi identificada como Lincoln Gakyia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de Presidente Prudente. Um comandante da Polícia Militar também seria alvo dos atentados.
Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho— Flávio Dino ���� (@FlavioDino)
March 22, 2023
Segundo a investigação, os suspeitos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Sergio Moro. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa.
A facção atua dentro e fora dos presídios brasileiros e internacionalmente. Quando era ministro de Segurança Pública, Moro determinou a transferência do chefe da facção, Marcola, e outros integrantes para presídios de segurança máxima. À época, o senador defendia o isolamento de organizações criminosas como forma de enfraquecê-las.
Além da retaliação a Moro motivada por mudanças no regime de visitas em presídios, segundo os investigadores os criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o senador como forma de negociar a liberação de Marcola. Ao menos dez criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo agentes.
Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e…— Sergio Moro (@SF_Moro)
March 22, 2023
Segundo a PF, são cerca de 120 policiais federais envolvidos na operação. Eles cumprem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. Ao todo, são 20 mandados cumpridos em São Paulo. No estado, além dos mandados na região de Campinas. um mandado é cumprido na capital, quatro em São Bernardo do Campo, um em Diadema, um em Guarujá e um em Andradina.
Segundos os investigadores, foram confirmados mandados contra os seguintes suspeitos (outros nomes e os locais das prisões ainda não foram divulgados):
- Janeferson Aparecido Mariano
- Patrick Uelinton Salomão
- Valter Lima Nascimento
- Reginaldo Oliveira de Sousa
- Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan
- Claudinei Gomes Carias
- Herick da Silva Soares
- Franklin da Silva Correa