A Polícia Federal de Campinas deflagrou na manhã desta terça-feira (13) uma operação que investiga uma organização criminosa acusada de desvios de recursos do Auxílio Emergencial, programa que foi lançado em abril de 2020 para atenuar os impactos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus. Segundo a PF, as fraudes somaram quase R$ 500 mil de recursos desviados em menos de um mês.
De acordo com a PF, a organização criminosa teria invadido, no período investigado, de maio a junho de 2020, pelo menos 465 contas da Caixa Econômica Federal, subtraindo valores do Auxílio Emergencial por meio de 519 transações fraudulentas, distribuídas em 508 saques, sendo a maioria na RMC (Região Metropolitana de Campinas).
“Além dos saques, também foram detectadas outras operações tais como: um pagamento de boleto bancário, oito transações por comércio eletrônico e duas transferências para contas da Caixa Econômica Federal, causando um prejuízo próximo a meio milhão de reais”, informou a Polícia Federal.
Entre as cidades com fraudes identificadas nesse período, estão Campinas, Americana, Monte Mor, Valinhos, Santa Bárbara d’Oeste, Nova Odessa, Hortolândia, Sumaré e Paulínia. Segundo a PF, as fraudes foram realizadas por crimes cibernéticos, e até o momento não há indícios que os envolvidos façam parte de uma facção criminosa.
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MANDADOS
Na manhã de hoje, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas, sendo um na cidade de Ribeirão Pires e outro em Florianópolis (SC). “Os envolvidos poderão responder, na medida de suas condutas, pelos crimes de furto mediante fraude e formação de organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 16 anos de prisão”, informou a PF.
Foram apreendidos hoje dispositivos eletrônicos, como notebooks e celulares. Segundo a corporação, os materiais apreendidos serão encaminhados para a Delegacia em Campinas, para serem examinados e tentar identificar as demais fraudes praticadas pelos criminosos, e pessoas envolvidas na ação. A operação foi denominada “Money Leak”. O nome, segundo a corporação, significa vazamento de dinheiro, em inglês, e é uma referência às saídas ilícitas de recursos do Auxílio Emergencial por meio de crimes cibernéticos.
O AUXÍLIO EMERGENCIAL
Lançado em abril de 2020 para atenuar os impactos econômicos provocados pela pandemia do coronavírus, o Auxílio Emergencial repassou cerca de R$ 359 bilhões de 2020 a 2021. Foram duas etapas: nove parcelas em 202, e sete em 2021, de abril a outubro. O programa não foi prorrogado e foi substituído pelo Auxílio Brasil. Receberam o auxílio trabalhadores informais, de baixa renda e também contribuintes do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em situação de vulnerabilidade devido à pandemia causada pela covid-19.
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