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CotidianoPolícia investiga denúncia de assédio sexual contra dois médicos de Artur Nogueira

Polícia investiga denúncia de assédio sexual contra dois médicos de Artur Nogueira

Pelo menos cinco vítimas já registraram boletins de ocorrência contra os profissionais

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Delegacia de Artur Nogueira (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

A Polícia Civil de Artur Nogueira investiga denúncias de importunação sexual contra dois médicos que trabalham na rede pública da cidade. Pelo menos cinco vítimas já registraram boletins de ocorrência contra os profissionais na Polícia Civil. Um dos médicos chegou a ser preso e depois foi liberado.

Os registros apontam denúncias desde 2016. Na última semana, um dos médicos chegou a ser preso após uma gestante denunciar importunação sexual durante uma consulta com o filho.

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A denúncia mais recente foi feita na última quarta-feira (6). De acordo com o registro policial, a vítima procurou atendimento após sentir tonturas e dores no seio, mas acabou assediada pelo médico.

Em ambos os casos, a Prefeitura afirmou que abriu sindicância e afastou os profissionais (veja mais abaixo). Os dois profissionais se defendem das acusações e dizem que a verdade será esclarecida após as investigações. Os dois casos estão sob sigilo, segundo a Secretaria de Segurança do estado.

RELATO

Em depoimento, a vítima que registrou o boletim nesta semana, conta que o médico responsável pelo atendimento, E.P., pediu para que ela ficasse em pé, fechasse os olhos e juntasse os braços próximo ao corpo. A mulher relatou que o profissional ficou atrás dela como se fosse abraçá-la e dizia que “se encostasse nele, não haveria problema”.

Ainda de acordo com o depoimento, o médico teria pedido para a mulher encostar os seios na parede e inclinar o corpo para trás, mas ela achou estranho e não inclinou. O médico ofereceu ajuda e ela negou.

A vítima relatou que o homem colocou a mão em sua virilha, inclinou ela para trás e pediu que ela fizesse um agachamento. Quando ela fez, acabou encostando e sentiu as partes íntimas do médico. Ainda na mesma consulta, ao examinar o seio da vítima, o médico teria colocado as mãos nos seios e levantado.

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A paciente conta que depois de 15 dias o médico marcou um retorno e quis que ela levantasse a camiseta para examinar o coração. A mulher, já constrangida, se negou a fazer o procedimento.

MEDO

Mesmo percebendo o assédio, a paciente disse que ficou com medo de denunciar o médico. “Medo porque seria a minha palavra contra a dele. E se acaso não tivesse mais casos, como que seria, entende? As pessoas julgam”, afirmou. Ela contou que tomou coragem após ver outras vítimas fazendo denúncias. 

Vítima fez boletim de ocorrência contra médico (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

MÉDICO PRESO

A vítima denunciou o caso após uma gestante procurar a polícia relatando ter sido assediada por outro médico da cidade.

V.F. foi preso no dia 1º de abril após uma mulher grávida relatar ter sido vítima de assédio. O caso teria acontecido no Espaço Mãe e Filho, posto de saúde localizado no Jardim Planalto.

Em depoimento às equipes, a mulher, com 30 semanas de gestação, teria relatado que o profissional teria pedido para ela retirar a máscara, feito elogios dizendo que ela era bonita, além de questionar se ela era casada e se o marido estava comparecendo na relação. A mulher relatou ainda que o homem passou a mão na barriga dela, mesmo sem consentimento.

O médico recebeu voz de prisão, mas foi beneficiado por habeas corpus, e foi solto em seguida.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Sobre as denúncias, a Prefeitura de Artur Nogueira afirmou que sindicâncias foram abertas e os profissionais foram afastados.

Sobre os casos, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) informou que o médico V.F. se encontra com registro médico suspenso em decorrência de decisão judicial. Já o médico E.P. encontra-se com registro médico ativo.

“Ambas as investigações, no âmbito do Cremesp, tramitam sob sigilo determinado por lei”, disse o órgão.

DADOS

No Estado de São Paulo, segundo o Cremesp, no período de 2017 a 2022, 23 médicos foram apenados com a cassação do exercício profissional.

Confira abaixo o número de denúncias recebidas pelo Cremesp envolvendo abuso/assédio/importunação sexual no estado de São Paulo:

2017: 66

2018: 58

2019: 78

2020: 84

2021: 83

2022 até 4/4/22: 13
 

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