O número de pessoas em situação de rua em Campinas aumentou de 822 em 2019 para 932 este ano, o que representa um crescimento de 13,4%, segundo a secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos.
Divulgados na tarde desta quarta-feira (29), os dados foram levantados a partir de uma pesquisa de campo realizada em 17 de novembro. O trabalho aconteceu em unidades de atendimento e locais e vias de concentração desta população.
Ao todo, 15 equipes visitaram as cinco regiões do município, enquanto um grupo ficou concentrado no Centro POP Sares 1, na Rua Regente Feijó, no Centro, para coordenar as atividades e verificar o conteúdo dos formulários preenchidos.
Para a secretária municipal de Assistência Social, Vandecleya Moro, o balanço vai auxiliar a adoção de novas medidas. “É de grande importância para desenvolvermos políticas públicas eficazes para essa população”, comenta.
De acordo com a pasta, os pesquisadores aplicaram um relatório padronizado em todas as pessoas em situação de rua. A metodologia adotou o princípio da autodeclaração: os entrevistados se definiram quanto ao gênero, raça e etc.
REGIÕES
Além de contabilizar o número de pessoas nas ruas, a contagem feita pela Prefeitura revelou que a maioria da população em situação de rua, 50,72% do total, está situada na região leste de Campinas, que abrange a região central.
Em segundo, aparece a região sul, com 22,97%. A região a noroeste, com 3,34%, teve o menor número. Em relação ao dado anterior, a região leste aparecia com 49%, a região norte, 24%, a sul 22% e a noroeste, 3%. Já a sudoeste tinha 2%.
GÊNERO
A maioria é de homens: 81,5%. As mulheres são 16,2%. Mulheres trans equivalem 0,9% e homens trans são 0,6%. Os homossexuais foram 0,5% e travestis, 0,4%. A população LGBTQIA+ representa 2,4% do total nas ruas.
Na contagem de 2019, os resultados foram os seguintes: o gênero masculino teve 82% e mulheres representaram 15%. Já a população LGBTQIA+, somou 3%, incluindo homem cis, mulher cis, homem trans, mulher trans e travesti.
RAÇA
A contagem feita pela Prefeitura apontou que 45,1% de pessoas em situação de rua são pardas, 29,2% são brancas, 23,9% pretos, 1% de amarelos e 0,8% de indígenas. Pardos e negros, somados, representam 69% desta população.
FAIXA ETÁRIA
A maioria dos entrevistados disse ter idades entre 40 e 49 anos. Esta faixa etária representa 31,4% do total. O segundo maior grupo é o de pessoas entre 30 e 39 anos, o equivalente a 26,4%. Há ainda 9,1% de idosos com mais de 60 anos.
Em 2019, o percentual dos 25 aos 39 anos foi de 42%, seguido de 29% entre 40 a 49 anos. Em terceiro lugar, aparecia o grupo de 50 a 59 anos, com 17%. Os de 18 a 24 anos somavam 6%. A porcentagem de idosos foi menor em 2019: 5%.
OUTROS DADOS
A maioria das pessoas, 20,1%, diz estar há mais de 10 anos em situação de rua. A seguir, com 19,9%, há os que estão de dois a cinco anos nessa condição. De cinco a 10 anos são 14,6%. Somados, os que estão há dois anos ou mais são 54,6%.
Os padrões foram semelhantes dois anos atrás. A maioria também era de pessoas com mais de 10 anos na rua, 20,5%. O segundo grupo mais expressivo foi o que estava de dois a cinco anos, 18,8%, depois o de cinco a 10 anos, 14,1%.
Dos 932, 181 não responderam se faziam uso de alguma substância. Entre aqueles que responderam, 15% disseram que não usam nada e 85%, que correspondem a 638 entrevistados, disseram que usam.
A maioria dos que usam substâncias afirmou consumir álcool, 64,4%, seguido de tabaco, 32,2%. Além disso, 350, 49,7% dos que declararam usar substâncias, afirmaram consumir mais de uma.
Ao todo, 18,3% afirmaram consumir só álcool, 12,8% disseram consumir só crack, 6,5% alegaram consumir só tabaco, 2,2% responderam que só consomem maconha e 0,99% afirmaram só consumir cocaína.
COVID-19
Os entrevistados também responderam se foram vacinados ou se já testaram positivo para a covid-19. A maioria, 70,1%, afirmou que tomou o imunizante. Além disso, 87,90% também declarou que não testou positivo para a doença.