A queda de R$ 0,15 por litro no preço médio da gasolina pago pelas distribuidoras ainda não chegou às bombas dos postos de combustíveis e os motoristas de Campinas vivem a expectativa pela redução nesta sexta-feira (29).
O reajuste foi anunciado na quinta (28) pela Petrobras sob o argumento de adequação ao mercado internacional. A medida deve reduzir de R$ 3,86 para R$ 3,71 o valor médio do combustível adquirido pelas empresas revendedoras.
Com isso, a inflação deve ser ainda mais atenuada, já que, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o preço médio da gasolina na última semana foi de R$ 5,68, patamar registrado pela última vez em julho de 2021 (veja abaixo).
A redução, portanto, deve fazer com que o preço seja o menor em um ano em Campinas.
AINDA NÃO CHEGOU
Em Campinas, o reajuste divulgado ontem ainda não refletiu nos preços pagos pelos motoristas. Os valores anunciados nos painéis e faixas oscilavam entre R$ 5,49 e R$ 5,69, já que os gerentes ainda não tiveram acesso aos novos preços.
Ainda sem pagar menos, os consumidores reconhecem que o repasse é muito esperado, principalmente após as altas seguidas neste ano e também pelos sucessivos reflexos que podem ser gerados nos preços de outros produtos.
“A gente tá ansioso por essa redução, por sentir na prática, porque é muita gente passando fome né? Então, a redução do combustível, de repente, pode ter esse reflexo aí na mesa do consumidor”, diz a gestora hospitalar Cristiane Ferreira.
O gerente comercial Márcio Lacerda também pensa nos mais necessitados. “Tudo que reduz preços vai entrar para o bolso da classe pobre e que precisa, que é a que mais tá sofrendo hoje com esses aumentos abusivos”, comenta ele.
“É mais em função do preço do petróleo lá fora. Eu acho bom que a Petrobras seja sensível pra poder repassar esses benefícios. Do jeito que tá, não dá. Dá um alívio e só esperar chegar”, pondera o corretor de imóveis, Johnston Gonçalves.
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O QUE DIZ A PETROBRAS
A Petrobras diz que redução acompanha os preços de referência. “Os valores se estabilizaram em patamar inferior, coerente com a prática da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global”, alegou oficialmente.
Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina vendida nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passará de R$ 2,81, em média, para R$ 2,70 a cada litro.
A mudança acontece 10 dias depois da queda da gasolina de R$ 4,06 para R$ 3,86. Na ocasião, o reajuste de R$ 0,20 também foi relacionado aos valores do mercado e o reflexo não chegou aos postos de Campinas logo no dia seguinte.
UM ANO ATRÁS
Segundo a ANP, o preço médio do litro da gasolina na última semana (de 17/07/2022 a 23/07/2022), foi de R$ 5,68. De acordo com o levantamento, a última vez que esse preço foi registrado foi em julho do ano passado.
Já no caso do álcool, o preço médio do litro no mesmo período era de R$ 4,08. A última vez que esse preço foi registrado foi em maio do ano passado. O combustível, inclusive, também passou por reajustes recentes (leia abaixo).
OUTRAS QUEDAS
No último dia 20, a Petrobras anunciou a queda da gasolina de R$ 4,06 para R$ 3,86. Dois dias antes, o etanol hidratado caiu R$ 0,17 para as distribuidoras, depois que o governo de São Paulo anunciou a redução da alíquota do ICMS.
Antes disso, após a aprovação de PECs (Propostas de Emenda à Constituição) para a redução do imposto de combustíveis e energia, o estado reduziu o índice da gasolina de 25% para 18%. O impacto foi sentido no final de junho.
Já no início deste mês, o governo anunciou a redução sobre o gás de cozinha. A redução na base de cálculo sobre o GLP (gás liquefeito de petróleo) foi de R$ 3,38, reduzindo o valor sobre os botijões de 13 kg de R$ 13,30 para R$ 9,92.
Também foi reduzido de 25% para 18% o ICMS em operações com energia elétrica, em relação à conta residencial que apresente consumo mensal acima de 200 kWh, e de serviços de comunicação.
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