A Prefeitura de Campinas quer reduzir a sensação de abandono no Centro da cidade devido ao número de prédios e imóveis vazios. O projeto de revitalização idealizado pela secretaria de Urbanismo ainda está em discussão (veja abaixo).
O objetivo inicial do município é que o plano de revitalização comece pela região cercada pelas ruas Marechal Deodoro e Doutor Ricardo, Praça Marechal Floriano Peixoto, Avenida Moraes Salles, Rua Irmã Serafina e Avenida Anchieta.
Nessa área, segundo a Administração Municipal, foram identificados 420 prédios e 1.400 casas e comércios com um pavimento. Entre eles, muitas construções estão abandonadas e são motivos de preocupação para moradores.
Na Rua Sacramento, por exemplo, o antigo espaço que abrigava um sebo continua vazio, sujo e com sinais de desgaste e vandalismo. A situação preocupa Mariovaldo Munhoz Tenente, que detalha como o lugar funcionava no passado.
“Aqui vinha muita gente comprar e conversar. Era uma coisa linda. A entrada tinha umas flores. Isso aqui era uma maravilha”, conta o morador de Campinas, relembrando como o estabelecimento era usado nos 15 anos em que funcionou.
OUTROS BAIRROS
Além do Centro, outros locais que podem servir de abrigos para criminosos também preocupam a população em bairros próximos. O curtume, na Vila Industrial, por exemplo, foi duas vezes tomado pelo fogo nos últimos meses.
Na região, o aposentado Francisco Rodrigues Belon lamenta a insegurança. “Todo prédio abandonado e desocupado é um problema. A gente sabe que vira e mexe acontece incêndio e desmoronamento. Com certeza para quem mora bem perto daqui, é um problema seríssimo, porque dá medo à noite”, opina ele.
Tombado pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas), o curtume acumula sinais de vandalismo há pelo menos sete anos.
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POR QUE FECHADOS?
O professor de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas, Fábio Muzetti, diz que o aumento da taxa de desocupação de prédios e imóveis no Centro de Campinas tem relação com os efeitos econômicos da pandemia e pode ser explicado por falências e desdobramentos que são levados para a Justiça.
“São dois motivos. Um envolve problemas na Justiça após falências e imbróglios. O outro é ligado à especulação imobiliária, porque os aluguéis já não são mais rentáveis e os proprietários esperam por bons negócios”, afirma ele.
REVITALIZAÇÃO
O projeto pra incentivar a recuperação da região e vai ser debatido em uma audiência pública prevista para acontecer em setembro. No evento, qualquer pessoa poderá opinar.
A ideia, de acordo com a secretária de Planejamento e Urbanismo de Campinas, Carolina Baracat Lazinho, é que o plano seja discutido de maneira rápida.
“Nós vamos montar uma comissão feita pelas secretarias de Planejamento e Urbanismo e de Cultura para analisar um projeto. O projeto não pode ser algo que demore em ser analisado e por isso terá caráter especial”, explica.
Outra frente envolve a pasta de Finanças. O objetivo é criar uma lei que reabilite as edificações existentes, flexibilize os parâmetros urbanísticos e promova incentivos fiscais para que o Centro volte a receber interesse de moradores.
Os imóveis particulares desocupados são de responsabilidade dos proprietários, que devem fazer a manutenção. Os casos de abandono, de ocupação irregular de imóveis e de vandalismo podem ser denunciados pelo telefone 156 da Prefeitura.
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