A Prefeitura de Sumaré informou na tarde deste sábado (15) que determinou a abertura imediata de uma sindicância após um morador passar mal e morrer esperando resgate ao lado da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Matão. O homem, de 51 anos, estava a poucos metros da porta da unidade de saúde, que não realizou o socorro.
Segundo a nova nota “a Prefeitura determinou a abertura imediata de sindicância para apurar o ocorrido, identificar e punir os responsáveis”. Durante a manhã, a Administração tinha se posicionado informando que somente o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) poderia levar o paciente para dentro da unidade. O caso também é apurado pelo Coren (Conselho Regional de Enfermagem).
“A organização social responsável pela Unidade de Saúde, contratada por licitação, está sendo cobrada para esclarecer a informação de que a equipe de profissionais da empresa não prestou socorro ao paciente”, completou a Prefeitura.
Na nota, a Administração Municipal informou ainda que não compactua com a conduta registrada. Segundo a Prefeitura, “ o caso está sendo investigado, e todas as medidas legais serão tomadas”.
MORTE AO LADO DE UPA
O morador, identificado como Sérgio Puhl ,de 51 anos, morreu após passar mal em um ponto de ônibus na tarde de ontem (14) em Sumaré. O homem estava a poucos metros da porta da UPA Matão, que não realizou o resgate. Segundo testemunhas, o homem teve um mal súbito e ficou caído desacordado na calçada, bem próximo a entrada da unidade de saúde.
Populares foram até a UPA para avisar sobre o caso, mas foram orientados a acionarem o Samu, o que gerou indignação entre os presentes. Segundo testemunhas, a ambulância teria demorado cerca de meia-hora para chegar.
Procurada de manhã, a Prefeitura de Sumaré confirmou o caso. Segundo a Administração, pessoas pediram o atendimento na UPA, mas os funcionários orientaram a acionar o Samu, citando seguir uma regra do Coren (Conselho Regional de Enfermagem), que não permitiria que a equipe saísse da unidade.
De acordo com a Prefeitura, o Samu chegou em cerca de 10 minutos e encaminhou o homem até a própria UPA Matão. No local, os funcionários tentaram reanimar a vítima, mas não houve sucesso e o óbito foi confirmado.
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FAMÍLIA INDIGNADA
Em entrevista à EPTV, a enteada de Sérgio afirmou que toda a família está indignada com o caso. “A gente fica indignado, porque a gente acha que poderiam ter feito alguma coisa. Pela demora do Samu chegar, se tivessem feito alguma coisa talvez ele não teria vindo a óbito. Então a pessoa na calçada da UPA e eles lá não podem fazer nada?”, desabafou Priscila Moura.
SINDICÂNCIA NO COREN
O Coren-SP foi procurado pela reportagem e informou que “o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem prevê, em suas proibições negar assistência de enfermagem em situações de urgência, emergência, epidemia, desastre e catástrofe, desde que não ofereça risco a integridade física do profissional”.
Em nota, o Coren informou ainda que vai abrir uma sindicância para “investigação da eventual participação de profissionais de enfermagem” . Segundo o Conselho, após a averiguação dos fatos, se forem constatados indícios de infração ética, será instaurado um processo ético-profissional.
O processo deve seguir sob sigilo processual. As penalidades previstas em caso de confirmação da infração são: advertência, multa, censura, suspensão temporária do exercício profissional ou cassação do exercício profissional.
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