Uma cena inusitada tem chamado a atenção de moradores de Santa Bárbara d’Oeste. Um /vem “atacando” as lixeiras em busca de alimentos. Os animais silvestres reviram os sacos de lixo e espalham os restos por calçadas e ruas do Distrito Industrial 2, causando preocupação e reclamação de moradores.
Em imagens registradas é possível ver o grupo de pelo menos quatis subindo nas lixeiras, e revirando sacos em busca de comida. “Olha só, você chega em casa e vê seu lixo e o bichinho morrendo de fome, olha a situação e o estrago que ele fez”, narrou uma moradora, preocupada também com os animais.
Funcionários de empresas do bairro relatam que os animais animam o dia. “Eles são maravilhosos, ajudam a distrair, chegam perto da gente, não atrapalham em nada, deixam mais leve”, disse o metalúrgico Renan Aparecido Batagelli.
Alguns funcionários chegam a colocar comida em calçadas para alimentar os animais. No entanto, responsáveis pelas empresas que têm os lixos revirados pedem solução da Prefeitura.
O QUE DIZ A ADMINISTRAÇÃO
Procurada, a Prefeitura de Santa Bárbara informou, por meio da secretaria de Meio Ambiente, que não foi acionada para retirada dos animais, mas afirmou que vai encaminhar uma veterinária para avaliação. Segundo a pasta, próximo ao local existe uma APP (Área de Proteção Permanente.
“Por ser animal silvestre, o manejo necessita de aprovação do Estado”, reforçou. A Prefeitura também ressaltou que a coleta de lixo ocorre normalmente às terças, quintas e sábados, e que a orientação é para que os resíduos sejam acondicionados de maneira que não fiquem soltos ou espalhados.
CUIDADOS
Os veterinários alertam para cuidados com os animais, que geralmente andam em bando e podem ser agressivos. Na última semana, o chef Henrique Fogaça foi mordido por um quati enquanto alimentava o animal em Juiz de Fora. O momento foi compartilhado pelo cozinheiro nas redes sociais. Após a situação, Fogaça recebeu cuidados médicos e foi vacinado contra raiva e tétano.
“O quati é um animal que existe no Brasil inteiro, ele vive em bando e tem hábitos diurnos. O esperado é que viva em mata, mas cada vez temos menos fragmentos de mata que comportem os animais, que acabam vindo para a cidade. Uma vez que ele encontra lixo ou tenha oferta de comida fácil ele acostuma com isso, mas não é o ideal”, afirmou o veterinário Breno Martins Jancowski.
O veterinário alerta sobre os perigos: “Primeiro que ele pode ingerir coisas que não deve, como comida estragada, plástico ou metal, e também tem o contato homem e animai. Ele é um animal muito bonito, muito fofinho, chama a atenção e muitas vezes queremos ter contato com ele, e mesmo que demos alimento ele pode vir a morder e a mordida dele é algo bem sério”, completou.
O ANIMAL
O Quati (Nasua nasua) é um mamífero pequeno que pesa em torno de 3,5 a 6 quilos,tem a pelagem marrom-escura, um pouco avermelhada. Os animais chamam atenção pela longa cauda malhada de branco e preto.
O mamífero é encontrado na Colômbia, norte da Argentina, Uruguai e Brasil, e se alimenta de de frutas, insetos, vermes e minhocas. A espécie tem hábito diurno, vive em bando e costuma se acolher no alto das árvores para descansar à noite.
Segundo os biólogos, eles procuram alimento em grupo de quatro até vinte indivíduos. A dieta consiste em frutas, aves, insetos, vermes, larvas e minhocas.
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