Foi lançada, na manhã desta sexta-feira (12), em Jaguariúna, a plataforma Infra Tech – Gestão pública inteligente. O sistema poderá ser usado para apontar os principais problemas que as cidades da Região Metropolitana de Campinas enfrentam.
Segundo o presidente do Instituto Movimento Cidades Inteligentes, Luigi Longo, a plataforma visa o desenvolvimento regionalizado dos municípios com foco em inovação, economia, eficiência e transparência.
“A gente consegue, através desses dados, qualificar e montar uma estratégia para enfrentar o problema”, completa.
Para o prefeito de Jaguariúna e presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Gustavo Reis (MDB), será possível usar essas informações para facilitar a vida das pessoas. O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que também esteve presente no lançamento da plataforma, considera a tecnologia fundamental para que a sociedade acesse os serviços públicos.
Para usar o programa, as Prefeituras vão ser orientadas a levantar dados sobre 6 áreas importantes da administração pública:
- Saúde
- Educação
- Segurança
- Mobilidade/Transporte
- Energia Elétrica
- Eficiência e Transparência
Para fazer esses levantamentos, as cidades vão indicar um representante que vai participar de um curso de capacitação, que deve durar 45 dias e começar em 26 de agosto. Reunindo essas informações, as Prefeituras poderão saber o que precisa ser melhorado nas cidades.
COMO VAI FUNCIONAR NA PRÁTICA?
Ao conversar com moradores de Campinas, os problemas da cidade são rapidamente identificados. A empregada doméstica Cleusa Rios diz que um dos maiores problemas que enfrenta no dia a dia é usar o transporte público.
Segundo ela, a linha que utiliza só tem um ônibus que passa a cada duas horas, sempre lotado e fora de horário.
O atendente José Lopes também reclama do sistema de transporte. “O tempo que era para estar em casa descansando, a gente passa no ônibus”, desabafa.
Já a dona de casa Franciane Fernandes aponta a saúde pública como um dos principais problemas da cidade. Ela mora perto da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Campo Grande, mas mesmo assim enfrenta dificuldades para conseguir passar em consulta.
“A gente vai na UPA e não tem médico, daí a gente vai no Centro de Saúde e mandam a gente procurar o Mário Gatti”. Ela também aponta a falta de medicamentos como uma das questões a serem resolvidas pela Prefeitura.
MAPEAR AS LINHAS
No caso do transporte público, a plataforma poderia ser usada para mapear as linhas que têm déficit de ônibus e atrasos constantes, oferecendo os dados para que a Prefeitura tome as ações necessárias.
Na Saúde, poderiam ser detectadas as unidades que estão com déficit de médicos ou enfrentando problemas com o abastecimento de remédios, repassando essas informações para a administração municipal resolver a questão.
A plataforma também pode ser usada em outra importante área, a educação, as Prefeituras vão poder mapear as regiões que apresentam déficit de vagas em escolas e creches, por exemplo, embasando os administradores a usarem a verba com maior eficiência.
OUTRO LADO
A reportagem procurou a Prefeitura de Campinas para se posicionar sobre os problemas apontados pelos entrevistados.
Em relação aos atraso e lotação nos ônibus, a Emdec (Empresa de Desenvolvimento de Campinas) informou que faz um trabalho de fiscalização nas linhas e realiza mudanças quando os problemas são detectados.
Em relação à UPA Campo Grande, a Prefeitura de Campinas afirma que a Rede Mário Gatti, que administra as unidades de pronto atendimento, vai apurar as denúncias, já que não tem conhecimento sobre falta de médicos ou medicamentos no local.