Em novo posicionamento na tarde desta quarta-feira (1º), a organização do Jaguariúna Rodeo Festival informou que o departamento jurídico e as autoridades analisam as imagens de 53 câmeras de segurança instaladas para apurar a denúncia de estupro feita pela influencer Franciane Andrade.
A nota diz que o objetivo é “reconstituir o episódio e identificar os culpados”. “Toda a operação do evento neste momento está voltada para o esclarecimento do episódio relatado por Franciane e para a busca de elementos que ajudem as autoridades policiais a encontrarem os responsáveis pelo ocorrido”, diz o texto.
A organização esclarece ainda que “possui um efetivo de mais de 400 seguranças treinados e com registro na Polícia Federal para preservar a integridade dos clientes” e repetiu que está em contato com a jovem influencer.
“O JRF lamenta profundamente o ocorrido e presta solidariedade à Franciane, amigos e familiares. A organização reafirma seu compromisso com o bem-estar do público e repudia qualquer forma de abuso e discriminação” alega, por fim.
INVESTIGAÇÃO
No início da tarde de hoje, o delegado responsável pela apuração, Erivan Vera Cruz, confirmou à reportagem da EPTV Campinas que os amigos da vítima devem ser ouvidos e que as imagens de segurança seriam requisitadas.
A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) detalhou que o caso foi apresentado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Mogi Guaçu, mas foi encaminhado para a Delegacia de Jaguariúna, onde o inquérito foi aberto.
Segundo o boletim de ocorrência, a mulher de 23 anos relatou que ingeriu bebidas alcoólicas e não se lembra do que aconteceu, sabendo apenas que no meio da madrugada acordou em uma rotatória próxima ao local da festa.
RELATO
Os primeiros vídeos com a denúncia foram gravados por Franciane ainda dentro do hospital. “Não sei como contar para os meus pais, a dor que estou sentindo, saber que estava ainda inconsciente, sem ver quem era”, disse, em seguida se indignando com a falta de segurança da festa.
“Jaguariúna tem que se responsabilizar por isso, eu paguei um dos camarotes mais caros pra ter segurança e ninguém me ajudou, nenhum segurança, ninguém”, finalizou.
Ela suspeita que foi dopada ao ingerir bebida no camarote da festa e conta ter passado por consultas com um legista e um ginecologista. Além disso, diz ter tomado remédios contra doenças sexualmente transmissíveis e para evitar uma possível gravidez.
“Eu já chorei muito, acabei de ir atrás do BO, fui no IML aqui de Mogi Guaçu, fiz o exame e a polícia constatou que houve estupro e não sabe me dizer se foi um, dois ou três [homens]”, completou.