Durante uma reunião da Comissão de Política Social e Saúde da Câmara Municipal realizada nesta terça-feira (14) para abordar a questão dos leitos de UTI Neonatal e a situação da Maternidade de Campinas, o secretário de Saúde, Lair Zambon, afirmou que o governo estadual precisa assumir o seu papel na ampliação de leitos e enfatizou a disparidade da divisão de custos.
“Campinas recebe um terço do valor necessário para a compra dos leitos e paga dois terços com a arrecadação. Gastamos 25% do orçamento municipal com saúde, enquanto o preconizado é 17%”, disse o secretário.
No dia 16 de fevereiro, 20 leitos da Maternidade de Campinas foram interditados pelo Devisa (Departamento De Vigilância Em Saúde) após equipes da Saúde constatarem falta de profissionais para atender bebês internados no setor de alta complexidade do hospital. Seis dias antes, no dia 10, a Maternidade notificou à Saúde sobre um surto de diarreia.
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Ao todo, três bebês morreram na unidade de saúde desde então – porém a Maternidade informou que o terceiro bebê que morreu no local não teve nenhuma relação com a gastroenterite e sim com a “prematuridade extrema” da criança. Em 7 de março, a instituição recebeu a autorização para reabrir 10 leitos.
Atualmente, Campinas conta 35 leitos de UTI Neonatal, entre a Maternidade e o Hospital PUC-Campinas. Nesta terça-feira (14), quatro estavam vagos. De acordo com a Prefeitura, o número de leitos disponíveis é suficiente para o município.
“O número de leitos disponível é suficiente para atender às necessidades da população do município, de acordo com a Portaria Ministerial 930 (10/05/2012), que estabelece dois leitos para cada 1.000 nascidos vivos, e com a Sociedade Brasileira de Pediatria, que estabelece quatro leitos para cada 1.000 nascidos vivos. Em 2022, pelo SUS Campinas, nasceram 7.458 crianças”, informou.
Conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde), a Maternidade de Campinas é a maior do interior do Estado, tem baixo índice de mortalidade e importância fundamental para Campinas, de acordo com o secretário.
A reunião na Câmara foi presidida pelo vereador Paulo Haddad (CIDAD), que salientou a importância de que haja uma mobilização da Câmara Municipal nesta cobrança ao Estado.
A complexidade da gestão dos leitos de UTI Neonatal foi outro ponto levantado pelo vereador, uma vez que para o atendimento da demanda, exige-se locais apropriados, de referência, que possam receber crianças prematuras e gestantes de alto risco.
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