Alvo de quatro mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (10), o secretário municipal de Governo de Sumaré, Welington Domingos Pereira, pediu afastamento do cargo “pelo período mínimo de três meses”.
De acordo com o advogado que representa Pereira, Ralph Tórtima Stettinger Filho, a solicitação foi feita no mesmo dia do cumprimento dos mandados “para que não se alegue qualquer interferência sobre as investigações”.
A apuração do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do MP (Ministério Público) é sobre atos de exigência de pagamentos para liberação de alvarás e empreendimentos na cidade.
“Foram apreendidos documentos, computadores, pen-drives, que serão objeto de análise agora, e certa quantia em dinheiro, aproximadamente R$ 157 mil, sendo parte na casa e parte na farmácia”, disse o promotor Rodrigo Lopes.
“Os fatos que justificaram a operação do Gaeco são antigos e serão devidamente esclarecidos na primeira oportunidade que o secretário tiver para se manifestar nos autos”, alegou a defesa de Pereira em um comunicado à EPTV Campinas.
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DINHEIRO EM MOCHILA
A informação foi confirmada pelo promotor Rodrigo Lopes, que concedeu entrevista após o cumprimento de quatro mandados de busca na manhã de hoje. Foram investigados:
– duas secretarias municipais de Sumaré, a de Obras e a de Governo
– a residência e farmácia de Wellington da Farmácia
Sobre o dinheiro, o promotor explicou que parte estava dentro das mochilas.
“Inclusive, tudo indica ali que, com a chegada da polícia, ele tentou ocultar o dinheiro na mochila das crianças. Um pacote estava sobre o sofá. Já e os demais, enfiados nas mochilas das crianças que iriam para a escola”, detalhou.
Foram aprendidos R$ 95 mil na casa do secretário e R$ 62 mil na farmácia dele. A origem do dinheiro não foi informada pelo secretario ao MP.
A OPERAÇÃO
A operação do Gaeco ocorreu na manhã de hoje em parceria com o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia). O alvo foi o secretário municipal de governo de Sumaré, Welington Domingos Pereira.
Conhecido como da Wellington da Farmácia, o secretário já foi vereador e presidente da Câmara de Sumaré.
Em nota, a Prefeitura de Sumaré confirmou o cumprimento de mandados e diz que se compromete a adotar medidas para esclarecimento o mais breve possível.
VEJA A NOTA
“A Prefeitura de Sumaré informa que, exauridas as diligências no Paço Municipal, não houve a apreensão de documesntos públicos ou equipamentos. Foi autorizada a suspensão das funções do servidor público, a fim de que o mesmo venha a exercer o seu direito de defesa. Porém, ainda que não tenham sido apreendidos documentos e equipamentos, a Administração determinou a abertura de sindicância para apuração dos fatos. Todos os colaboradores deverão cooperar com a Justiça e Ministério Público, a fim de esclarecer o ocorrido”.
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