Um sistema de alerta criado pela empresa do Parque Científico, da Unicamp, em Campinas, emite alarmes sonoroso e sinais luminosos em locais com risco de deslizamento de terra. A intenção do equipamento é reduzir o risco de novas tragédias, como a que aconteceu no Litoral Norte do estado, e que deixou dezenas de pessoas mortas devido ao movimento de terra causado pelo excesso de chuvas.
O sistema possibilita emitir alertas para evacuação da população mesmo na ausência de energia elétrica ou sinal de redes celulares. Segundo Eduardo Neger, diretor de engenharia da empresa, a tecnologia é equipada com transmissores via satélite, baterias, painel solar e controlador que emite um alerta sonoro contínuo. O diretor afirmou que o nível de som do alerta chega a 85 decibéis – nível considerado alto – nas bordas das áreas críticas.
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Além do alerta sonoro, também são acionados sinais luminosos com padrão de balizamento aeronáutico que podem ser vistos em até um quilômetro de distância.
COMO FUNCIONA?
O diretor explicou que as estações operam de forma independe umas das outras e podem ser instaladas em regiões remotas, pois não necessitam de energia elétrica, telefone ou internet para funcionarem.
“O conjunto de baterias é capaz de manter uma estação funcionando por até cinco meses. Isso inclui horas de alertas sonoros e visuais contínuos”, explicou.
“O sistema fica instalado no topo de uma estação [torre], distante até 15 metros do solo, para garantir que não seja engolfado pela água ou lama. O acionamento do alerta é feito por uma central de monitoramento, de forma convencional, por botão, ou a distância, por aplicativo”, afirmou o diretor.
A tecnologia está à mostra no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, onde a empresa possui laboratório de pesquisa e desenvolvimento (P&D) com projetos em parceria com a universidade.
O sistema possui ainda sensores que informam sobre qualquer anormalidade nos equipamentos, o que possibilita uma manutenção preventiva. A tecnologia batizada de Safar (Sistema de Alerta Fixo em Área Remota) foi criada em 2019, originalmente desenvolvida para o monitoramento de barragens.
BALANÇO
Dezenas de pessoas morreram, casas foram destruídas e rodovias bloqueadas após um temporal histórico que atingiu o Litoral Norte de São Paulo durante o Carnaval. A cidade mais prejudicada foi São Sebastião. A Vila Sahy, na Costa Sul do município, foi a mais atingida por deslizamentos de terra e ficou totalmente destruída. O local soma a maior parte das vítimas da tragédia.
Os deslizamentos de terras na região de São Sebastião deixaram, até o momento, 65 pessoas mortas, sendo 64 em São Sebastião e uma em Ubatuba. São 21 homens adultos, 17 mulheres adultas e 19 crianças.
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