A Casa de Cultura Fazenda Roseira, em Campinas, vai receber melhorias de segurança e infraestrutura após a Prefeitura assinar um termo com uma empresa vizinha, que fará os trabalhos de instalação como contrapartida.
Entre as obras que estão contempladas no EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança), estão o cercamento da área, a instalação de iluminação pública, de câmeras de segurança e de placas de sinalização viária para indicar o local.
O plano será executado pela TGO Sky Bandeiras, que fica em um terreno perto do espaço de cultura, e inclui a ligação do sistema de segurança com a CimCamp (Central Integrada de Monitoramento de Campinas), segundo o município.
Ainda entre as ações anunciadas estão o novo decreto, que vai permitir a comercialização de itens nas atividades culturais e também cobrar ingressos em algumas festas, desde que os recursos sejam voltados à manutenção do espaço.
“Outra medida é a emenda parlamentar, já em trâmite, do deputado Orlando Silva (PCdoB), que destina verba de R$ 400 mil para a melhoria do telhado, pintura e outras benfeitorias internas”, informou a cidade em comunicado.
Além de instalações novas para reforçar a segurança, a pasta de Cultura e Turismo anunciou que um profissional de segurança patrimonial vai trabalhar no local.
PPP
Ao lado do prefeito Dário Saadi (Republicanos) no anúncio da série de medidas, a secretária de Planejamento e Urbanismo, Carolina Baracat, destacou e elogiou o uso do EIV, que é uma forma de parceria público-privada, para fins como esse.
“É importante entender que também as manifestações culturais, os museus, os espaços de centros de convivência requerem recursos para suas construções e melhorias. É um grande avanço olhar para a cultura em nosso território”, disse.
A CASA E CULTURA
A gestora cultural da Casa de Cultura Fazenda Roseira, Alessandra Ribeiro, também esteve no evento que marcou a assinatura do termo. A historiadora e doutora em Urbanismo defendeu que as mudanças servem de exemplo ao País.
“Assinar esse documento, hoje, é a certeza de que a nossa cidade, mais uma vez, dá exemplo para o Brasil inteiro de que é possível o poder público e a sociedade civil caminharem de mãos dadas para fazer uma sociedade melhor”, afirmou.
Uma das atividades no local são ligadas ao Jongo do Sudeste, uma manifestação cultural reconhecida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2005 como patrimônio cultural brasileiro de natureza imaterial.
A manifestação tradicional, que reúne percussão e dança, também foi registrada pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) em 2013, além de ser patrimônio cultural imaterial do município de Campinas.
A Casa de Cultura Fazenda Roseira é uma referência agregadora da cultura afro-brasileira dentro da cidade de Campinas. O casarão do final do século XIX se tornou um equipamento público em 2007 por conta do loteamento da área.
À beira depredação, a casa foi ocupada pela Comunidade Jongo Dito Ribeiro e outros grupos, movimentos sociais e religiosos de matrizes africanas que já se organizavam. A gestão é da Associação do Jongo Dito Ribeiro desde 2008.