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CotidianoUnicamp, em Campinas, tem aumento de 91% no total de cotistas

Unicamp, em Campinas, tem aumento de 91% no total de cotistas

Dados da Unicamp indicam presença maior de estudantes pretos, pardos e indígenas nos últimos cinco anos

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Levantamento detalha proporção de cotistas entre os estudantes matriculados na Unicamp (Foto: Denny Cesare/Código19)

 

O número de estudantes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) que se autodeclararam pretos, pardos e indígenas cresceu 91% nos últimos cinco anos. O total saiu de 4.484 em 2017 para 8.575, segundo a diretoria acadêmica. 

O período analisado coincide com a adoção da lei das cotas étnico-raciais pelo Consu (Conselho Universitário). Desde então, conforme os dados, a proporção de alunos matriculados que fizeram a autodeclaração saiu de 14,8% para 26,5%. 

– 2017: 4.484 cotistas entre os 30.264 matriculados 

– 2022: 8.575 cotistas entre 32.360 os matriculados 

CADA GRUPO 

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A comparação leva em consideração os cursos de graduação e pós-graduação e detalha ainda os dados específicos de cada grupo. Em cinco anos, a proporção de indígenas saltou de 0,22% para 1,20% dos alunos vinculados à universidade. 

Já os autodeclarados pretos saíram de 2,84% há cinco anos, para 5,84% agora. Neste caso, se forem computadas apenas as matrículas na graduação, em 2017 o grupo ocupava 17% do total de vagas. Atualmente, representa 29,3% do total. 

Entre os pardos, a população de estudantes autodeclarados aumentou 76% nos cinco anos, já que saiu de 3.560 pessoas em 2017 para 6.301 neste ano. Com isso, a proporção é de 19,49% dos matriculados. Cinco anos atrás era de 11,76%. 

NÃO DECLARADOS 

Entre os que não declararam cor, o número de alunos da Unicamp diminuiu de forma significativa. O total, que era de 7.149 em 2017, foi agora para 3.396. 

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INCLUSÃO 

Para o professor e coordenador de pesquisa da Comvest (Comissão para os Vestibulares Unicamp), Rafael Maia, a política de cotas auxilia na inclusão de jovens negros, principalmente os que vieram de escolas públicas (veja abaixo). 

“Entre 2016 e 2018, anos que antecedem a implementação da política, ingressaram por ano cerca de 22% de jovens autodeclarados pretos ou pardos. Nos anos seguintes, entre 2019 e 2022, essa porcentagem ficou acima de 28%, sendo que em 2019 alcançou a marca de 35% dos ingressantes,” diz ele. 

Para o pró-reitor de graduação, professor Ivan Toro, o processo atual é importante porque não adianta incluir os alunos sem priorizar a permanência. 

“A inclusão só acontece se conseguirmos manter o aluno. Imagine como pode ser ruim se ele se vê obrigado a abandonar o curso em um ou dois anos”, diz ele, que detalha investimentos de R$ 101 milhões em políticas de inclusão em 2022. 

A universidade oferece moradia, bolsa moradia, além de bolsas sociais, de alimentação, transporte, trabalho e, em alguns casos, computadores ou tablets. 

Os alunos da Unicamp têm acesso a serviços de atendimento psicológico via Sappe (Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante). 

ESCOLAS PÚBLICAS 

Entre os 3.212 alunos matriculados nesse ano em todas as modalidades do Vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), 1.353 completaram o ensino médio em escolas públicas, o que equivale a 42,1% do total. 

Os números contabilizados pela Comvest (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp), no entanto, ficaram abaixo do registrado no processo seletivo de 2021, com índice de 45,7% e 1.533 matriculados. 

Para o diretor da comissão, professor José Alves de Freitas Neto, a explicação para o resultado passa diretamente pelos reflexos da pandemia no ensino e a queda do número de candidatos inscritos. 

“Acompanhamos as dificuldades enfrentadas pelos estudantes durante esse período. A queda de alunos de escolas públicas matriculados era de certa forma esperada dado o número menor de inscritos”, disse. 

LEI DE COTAS 

Sancionada em agosto de 2012, a Lei de Cotas garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas universidades federais e nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. 

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Leandro Las Casas
Leandro Las Casas
Graduado pela PUC-Campinas desde 2011, atua há 14 anos no Jornalismo, área na qual cobriu sete eleições, participou de grandes coberturas e esteve a frente de podcasts e projetos de assessoria. Começou a carreira na rádio CBN Campinas, onde foi estagiário, repórter e apresentador. No acidade on Campinas, assina matérias e reportagens de todas as editorias desde 2021.
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