*Com informações de Jorge Talmon e Bárbara Gasparelo/EPTV
Um levantamento realizado pela produção da EPTV Campinas apontou alta de 3,5% em atendimentos de pessoas diagnosticadas com epilepsia no ambulatório do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp. Ao todo, foram realizados 2.569 acompanhamentos de janeiro a setembro deste ano, ante 2.482 atendimentos no mesmo período de 2022.
De acordo com o coordenador da unidade de saúde, Fernando Cendes, os dados excluem os casos de emergências, que variam de 60 a 140 por mês, e de internações, que chegam a 20 atendimentos mensalmente.
Fila de cirurgias
Atualmente, Campinas possui uma fila de espera com 312 pacientes que aguardam pela cirurgia para epilepsia, o que pode demorar até dois anos. Além disso, aparecem cerca de 30 novos pacientes por ano.
Desde 2015, foram feitos 160 procedimentos cirúrgicos no HC da Unicamp, e o número diminuiu desde a pandemia da covid-19. Veja os detalhes abaixo:
- 2015: 33 cirurgias
- 2016: 28 cirurgias
- 2017: 22 cirurgias
- 2018: 17 cirurgias
- 2019: 22 cirurgias
- 2020: 2 cirurgias
- 2021: 10 cirurgias
- 2022: 16 cirurgias
- 2023: 10 cirurgias
Em relação à fila, a unidade de saúde informou que alguns casos menos complexos acabam sendo atendidos no local, o que aumenta a espera de pacientes. Além disso, reforçou que “esta é uma realidade que está presente no sistema público de praticamente todos os países, inclusive países desenvolvidos como Canadá e Reino Unido”.
“Especificamente no HC- Unicamp existe uma enorme pressão sobre o hospital oriunda dos atendimentos de urgência e emergência que acabam ocupando leitos das enfermarias e das UTIs. Esta ocupação de leitos diminui a vazão das filas de casos eletivos de todas as especialidades, não só neurologia. Muitos destes pacientes que são encaminhados pela urgência ao HC são menos complexos e deveriam ser tratados em hospitais secundários”, informou em nota.
Tratamentos
O HC da Unicamp é um dos poucos no país que realiza cirurgia para epilepsia com uma equipe multidisciplinar. O hospital é referência nacional e internacional para o tratamento da doença e também no treinamento e formação de especialistas. Entre os tratamentos especializados está o suporte para o uso da dieta cetogênica para epilepsias de difícil controle.
Quando a cirurgia e o uso das medicações não surtem efeitos, existem tratamentos alternativos, como, por exemplo, a implantação de estimulador vagal, que é um chip que descarrega impulsos elétricos ao nervo vago para reduzir a frequência das crises.
Há, também, a dieta cetogênica, que consiste em uma alimentação rica em gordura e pobre em carboidrato. A cetoacidose atua como inibidor dos disparos neuronais e ajuda a controlar as crises.
Outra possibilidade é o uso do canabidiol, também conhecida como cbd, substância retirada da cannabis. O medicamento já é usado em outros tratamentos de doenças psiquiátricas ou neurodegenerativas, como esclerose múltipla, esquizofrenia, mal de parkinson e ansiedade.
Dados do Estado
A SES (secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) informou que, de janeiro a agosto deste ano, ocorreram 7.305 internações e 13.332 atendimentos ambulatoriais por diagnóstico de epilepsia no SUS (Sistema Único de Saúde) do estado.
No ano passado, durante todo ano, foram 7.520 internações e 20.275 procedimentos em ambulatório por esta finalidade. Já em 2021, também durante todo ano, foram registradas 6.491 hospitalizações e 27.607 atendimentos clínicos deste tipo.
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