O número de furtos de cabos e fios de cobre em Campinas saltou de 142 em 2018 para 666 no ano passado, segundo dados da SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo). Esse aumento de 369% no total de casos destaca a preferência dos criminosos por esse material e aponta o Centro, o Cambuí e o Botafogo como os bairros com maior registro desses crimes (veja abaixo).
O levantamento revela que houve um crescimento gradual na prática criminosa entre 2018 e 2020. A partir de 2021, no entanto, as ocorrências de furtos em Campinas tiveram um aumento significativo. Em 2023, a tendência de alta continua, mas os números ainda não foram oficialmente compilados. O mais recente caso ocorreu nesta quarta-feira (21), quando uma área em obras do Hospital Dr. Mário Gatti foi alvo dos bandidos.
Compare os dados fornecidos pela SSP via LAI (Lei de Acesso à Informação):
- 2018: 142
- 2019: 225
- 2020: 251
- 2021: 482
- 2022: 666
OS BAIRROS
Os números da SSP também apontam que os três bairros de Campinas que mais registraram furtos e roubos de cabos em 2022 foram o Centro, o Cambuí e o Botafogo. Além de lojas e outros tipos de estabelecimentos, lugares públicos também são alvos frequentes dos ladrões. Além do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, o Túnel Joá Penteado também foi furtado por bandidos nos últimos meses. Veja a lista dos bairros que mais registram furtos e roubos de cobre na cidade:
- Centro
- Cambuí
- Botafogo
- Vila Marieta
- Campos Elíseos
- Região dos DICs
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O ESQUEMA CRIMINOSO
Para as autoridades, a alta de furtos de fios e materiais de cobre está relacionada a esquemas criminosos que se aproveitam da situação vulnerável de parte da população. Como dependentes químicos e pessoas em situação de rua acabam recrutados como executores dos crimes, a polícia tenta identificar os financiadores e os receptadores.
Segundo o delegado responsável pela Deic (Divisão Especializada em Investigações Criminais) de Campinas, José Carlos Fernandes, o grande número de crimes deste tipo em alguns locais de Campinas, inclusive, tem relação direta com a facilidade para furtar, fugir e esconder os materiais antes da venda dos produtos para os receptadores.
“Os autores desses delitos muitas vezes são pessoas viciadas em substâncias entorpecentes e que procuram a região central, onde há a concentração de comércios e de fiações expostas. A ação acontece geralmente de madrugada e de forma rápida e não tem como deixar um policial em cada esquina da cidada. Por isso a polícia está direcionada ao combate aos recpetadores desses materiais”, explica.
De acordo com a GM (Guarda Municipal), os próprios receptadores estimulam os roubos por pessoas que vivem e conhecem as regiões onde os furtos acontecem. Depois disso, o caminho dos itens furtados passa, muitas vezes, por ferros-velhos irregulares, que vendem o cobre para empresas que não verificam a procedência. Por esse motivo, o material é derretido e volta ao mercado.
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