A alta de 135% no número de picadas de escorpiões no estado de São Paulo entre 2016 e 2022 e o registro de 20,6 mil ocorrências e duas mortes causadas pelos ataques em 2023 mostram a importância de identificar os animais e de procurar atendimento médico o mais rápido possível. Os dados também elevam o alerta para os cuidados e a prevenção em casas e locais externos (leia abaixo).
Qual é o mais perigoso?
De acordo com a médica clínica geral, Carla Robalo, o escorpião amarelo é o que possui o veneno mais tóxico e por isso é considerado o mais letal. Em contrapartida, ele é o menos frequente na região de Campinas. Mesmo menos perigoso, porém, o marrom também exige cuidados de quem sofrer uma picada.
“Aqui na região de Campinas a maior frequência de acidentes é com o escorpião marrom. O mais letal é o amarelo, que pode levar a morte”, explica a doutora.
Quais os sintomas?
A picada costuma causar dor intensa, sensação de formigamento e inflamação. Os quadros moderados podem gerar náusea, vômito, aumento da frequência cardíaca, queda de pressão e dificuldade para respirar. Por serem mais frágeis, as crianças possuem mais risco de apresentar quadros graves após ataques.
Nos casos graves, o vômito pode ocorrer em grandes quantidades, assim como o suor. A lista de sintomas preocupantes inclui ainda agitação, dificuldade para caminhar, sonolência, confusão mental, assim como tremores e espasmos.
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O que fazer?
O ideal é procurar atendimento médico o mais rápido possível. Antes disso, porém, a aplicação de uma compressa morna no local da picada ajuda a amenizar a dor. Para facilitar a assistência médica, é importante identificar o tipo do animal. Se não for possível capturá-lo com segurança, tire fotografias. A medida ajuda os profissionais de saúde a identificar o antídoto adequado.
Onde vivem?
Os escorpiões possuem hábitos noturnos. Durante o dia, costumam se esconder em locais úmidos e escuros e entram nas casas devido à facilidade de abrigo e de encontrar água e alimentos, como baratas. Por esse motivo, é comum serem encontrados em lugares com lixo e entulho, mas também costumam se proliferar por locais externos, como quintais de casas, jardins e plantações.
Por que atacam?
Conforme os especialistas, o aumento nos números de casos pode ser relacionado à urbanização descontrolada em São Paulo, situação que eleva o número de construções e altera os habitats. De forma geral, os ataques ocorrem quando os animais se sentem ameaçados devido à aproximação de uma pessoa.
Números de casos
O número de casos de picadas de escorpiões cresceu 135% no estado de São Paulo entre 2016 e 2022. O total saltou de 18.658 para 43.888, segundo a Superintendência do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp. Neste ano, conforme a pasta estadual de Saúde, foram 20.602 ocorrências e duas mortes.
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