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CotidianoVelhos e com problemas: idade da frota de ônibus de Campinas supera limite exigido

Velhos e com problemas: idade da frota de ônibus de Campinas supera limite exigido

Desde 2021, empresas do transporte público já foram multadas 23 vezes por manterem veículos com idade acima da máxima de cinco anos exigida

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A idade dos ônibus do transporte público de Campinas pode explicar alguns ‘perrengues’ vividos por passageiros por conta de problemas nos veículos. Dados apontam que a frota de ônibus da cidade tem idade média de oito anos, o que supera a máxima exigida em contrato entre as concessionárias e a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), que é de cinco anos.  

Com uma média de 300 mil pessoas transportadas nos dias úteis na cidade, esse cenário impacta no cotidiano dos usuários do transporte público, que precisam lidar com veículos com qualidade afetada pela idade, apresentando problemas que muitas vezes atrasam as viagens.  

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Frota de ônibus supera idade exigida  

A EPTV obteve dados por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação) para verificar a idade média dos veículos do transporte público de Campinas. Veja o crescimento nos últimos anos:  

  • 2018: média de 6,99 anos  
  • 2019: média de 7,43 anos  
  • 2020: média de 6,32 anos  
  • 2021: média de 6,92 anos  
  • 2022: média de 7,47 anos  
  • 2023: média de 8,02 anos  
  • Fevereiro de 2024: média de 8,52 anos  

Descumprimento de contrato  

Manter veículos com idade acima da exigida vai contra uma regra prevista em contrato da Prefeitura, o último licitado, inclusive, que é de 2005. O descumprimento acarreta multa para as empresas de ônibus, conforme explicou o diretor de Planejamento e Projetos da Emdec, Wilson Folgozi de Brito.  

Segundo ele, desde 2021, a Emdec já multou empresas do transporte público de Campinas 23 vezes por estarem fazendo a rota com ônibus acima do limite de cinco anos exigido. O valor arrecadado com as multas é de mais de R$ 1 milhão.  

“Infelizmente, as empresas estão descumprindo esta regra que está prevista no contrato de concessão. A Emdec tem dispositivos para aplicar multa a essas empresas, tanto por não cumprir a idade máxima quanto por não cumprir a idade média da frota como um todo. A gente verifica a cada seis meses como está a frota de cada concessionaria”, contou em entrevista à EPTV Campinas.  

Ele ainda explicou que metade dos ônibus tem hoje problemas com idade avançada, e que nos últimos quatro anos houve a substituição de 215 coletivos, mas que isso é insuficiente para o tamanho da cidade de Campinas.  

Veículos velhos e com problemas   

Desde um para-choque danificado até um retrovisor descascado, são nos detalhes que é possível perceber bem a idade dos ônibus do transporte público de Campinas. Para os passageiros, falta muita manutenção na frota.  

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“Às vezes, a gente fica 50 minutos esperando no ponto porque o ônibus quebrou. Se a gente contar para o patrão que o atraso é por isso, parece história de pescador”, relata a diarista Eliana França.  

A equipe da EPTV Campinas passou por diversos pontos de ônibus no Centro da cidade, e pôde ver carrocerias rachadas, remendadas e danificadas por batidas, questões que contribuem para a baixa confiança dos passageiros.  

“Realmente, está bem precária a situação dos ônibus em Campinas. A maior parte tá difícil, bem deteriorado, quebra muito. Ontem mesmo, eu parei em frente ao shopping porque o 190 quebrou”, diz o açougueiro Rodrigo Nascimento. Já para o gráfico Benedito Ribeiro, “a impressão que dá é que o pessoal passa uma tinta por cima todo ano para parecer que tá novo”.  

Quem sai do bairro Gargantilha e pega a linha 350 sentido Centro não enfrenta a poeira só do lado de fora. Dentro do ônibus, a sujeira persiste, além da estrutura comprometida e falta de luminárias.  

Nesse cenário, a Dona Araci sempre tenta limpar o assento antes de sentar para chegar com a roupa não tão suja. “O ônibus tinha que ser mais fechado, com ar-condicionado, para dar um pouco mais de conforto para o povo”.  

O especialista em mobilidade urbana, Luiz Vicente Mello, explica que ônibus mais novos trariam um conforto maior e outras vantagens. “A tendência é que todos tenham ar-condicionado, teria um risco muito menor de ter acidentes, quebras espontâneas acabam ficando em zero e a emissão de poluentes acaba sendo menor do que uma frota mais antiga”, detalha.   

Solução para o problema  

O representante da Emdec, Wilson Folgozi de Brito, disse que esses problemas só seriam resolvidos com uma nova licitação do transporte público para que outras empresas tenham a oportunidade de assumir essa frota. Porém, da última vez que isso foi feito, no ano passado, não teve nenhuma empresa interessada.  

Mello afirma que tudo também depende da precificação e o subsídio que a Prefeitura vai poder estabelecer para que seja vantajoso para que novas concessões tenham o interesse em participar e utilizar os canais e possibilidades do transporte público.  

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas e a Cooperativa de Trabalho dos Proprietários de Veículos do Transporte Coletivo de Campinas e Região foram procurados pela reportagem da EPTV Campinas, mas ainda não houve retorno sobre a necessidade de melhoria das condições dos ônibus. 

*Com informações de Jorge Talmon/EPTV Campinas

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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