A taxa de abstenção na primeira fase do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), realizada neste domingo (20), foi de 7,17%, com 4.515 candidatos ausentes. Esse índice é o segundo menor dos últimos dez anos, ficando ligeiramente acima da taxa de 6,9% registrada em 2023.
Na região de Campinas, a abstenção foi um pouco maior, alcançando 7,56%. Apesar disso, os números são menores em comparação ao ano passado, quando 8,10% dos inscritos não compareceram para a prova. Na cidade de Campinas, especificamente, a taxa de ausência foi de 7,96%, também em queda em relação a 2023, quando foi de 8,52%. Entre as cidades da região, Indaiatuba apresentou a menor taxa de abstenção, com 4,50%.
“Tivemos uma resposta extraordinária, ficando apenas em 7,1%, o segundo menor índice em dez anos. É praticamente empatado com o que houve no ano passado. Estamos satisfeitíssimos. A resposta dos candidatos foi favorável”,
afirmou o diretor da Comvest, José Alves de Freitas Neto.
No estado de São Paulo, as maiores taxas de abstenção foram registradas em Presidente Prudente, com 14,15%, e em Araçatuba, com 11,30%. No cenário nacional, Fortaleza apresentou a maior taxa de ausentes, com 14,40%.
Não foram registrados incidentes durante prova da Unicamp
Nenhum incidente foi registrado durante a realização da primeira fase do vestibular da Unicamp. Em São José dos Campos, foi necessário atrasar o início das provas em 15 minutos devido ao congestionamento na Rodovia Presidente Dutra, causado por obras. Apesar disso, nenhum candidato chegou atrasado ou deixou de realizar a prova por este motivo.
Prova com temas atuais
De acordo José Alves, a prova foi feita como temas atuais, procurando se aproximar da linguagem atual.
A prova abordou questões relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul, o uso de gírias pela geração Z, onda de calor e guerras atuais como os conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas.
Segundo a coordenadora acadêmica a da Comvest, Márcia Rodrigues de Souza Mendonça, o vestibular da Unicamp investe em uma leitura que possa ultrapassar todas as áreas de conhecimento.
“A diversidade de textos explorados ao longo da prova faz interface com os temas, mas também são de interesse de qualquer cidadão e portanto da sociedade que os rodeia”
afirmou.
Questão sobre “macetando”
Um dos destaques da prova da Unicamp foi uma questão de língua portuguesa sobre a música “Macetando”, da cantora Ivete Sangalo e Ludmilla, hit do carnaval de 2024.
De acordo com Márcia, o objetivo foi fazer uma brincadeira, utilizando um tema popular em uma questão em que o candidato deveria entender o significado do verbo.
“Uma brincadeira para entender o sentido desse verbo, não só no contexto do conhecimento gramatical, mas envolvia entender a música. Por que isso dá o que falar. E não dizer o que está macetando, vira um verbo cheio de sentidos, do humor, algum tipo de insinuação muito comum. Optamos por explorar isso”,
explicou Márcia.
Primeira vez no período da manhã
A prova do vestibular 2025 da Unicamp foi realizada, pela primeira vez, no período da manhã. O exame teve início às 9h, com duração de cinco horas. Até então, o vestibular era aplicado durante a tarde, com fechamento dos portões às 13h.
Segundo a Comvest, a medida foi tomada para evitar tanto o calor intenso do período da tarde, quanto as chuvas fortes e tempestades, comuns na época do ano em que são realizadas as provas da Unicamp.
De acordo com José Alves, o resultado foi satisfatório com relação às taxas de abstenção e a expectativa é que o novo horário seja mantido nos próximos anos.
“Uma mudança não se pode fazer para apenas um ano e retornar. Se tivesse um índice muito elevado, talvez merecesse um estudo com os candidatos. Felizmente as pessoas receberam bem, isso confirma que vamos manter nesse horário. É algo que acreditamos que seja uma tendência”,
ressaltou o diretor da Comvest.
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