Campinas, cidade que celebra seus 249 anos nesta sexta-feira, dia 14 de julho, possui uma rica história que abrange períodos colonial, imperial e republicano, além de uma longa trajetória indígena ao longo de milhares de anos. Mas você sabe quando e como Campinas foi fundada?
A origem de Campinas remonta à primeira metade do século 18, quando se estabeleceu como um bairro rural pertencente à Vila de Jundiaí.
Segundo registros históricos fornecidos pela Prefeitura de Campinas, o povoamento do “Bairro Rural do Mato Grosso” surgiu às margens de uma trilha aberta por desbravadores paulistas do Planalto de Piratininga entre 1721 e 1730. Essa trilha seguia em direção às recentemente descobertas minas dos Goiases.
Na época, o nome Campinas ainda não existia. O início do povoamento ocorreu com a instalação de um pouso de tropeiros nas proximidades da “Estrada dos Goiases”.
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O pouso das “Campinas do Mato Grosso” foi construído em pequenos descampados ou “campinhos” em uma região de mata densa. Esse pouso impulsionou o desenvolvimento de várias atividades de abastecimento e promoveu uma maior concentração populacional. Em 1767, esse bairro rural já contava com 185 pessoas.
Nesse mesmo período, na segunda metade do século 18, uma dinâmica econômica, política e social começou a se desenvolver na região com a chegada de fazendeiros vindos de Itu, Porto Feliz e Taubaté.
Esses fazendeiros estavam em busca de terras adequadas para cultivar cana-de-açúcar e estabelecer engenhos de açúcar, aproveitando-se da mão de obra escrava disponível na época.
Com a presença desses fazendeiros e também devido aos interesses do Governo da Capitania de São Paulo, o bairro rural do Mato Grosso passou por transformações significativas.
Primeiramente, tornou-se a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso em 1774. Posteriormente, foi elevada à categoria de Vila de São Carlos em 1797 e, finalmente, recebeu o status de Cidade de Campinas em 1842.
Nesse último período, as plantações de café já haviam se expandido consideravelmente, superando as lavouras de cana-de-açúcar e dominando a paisagem da região.
VEJA FOTOS DA CAMPINAS ANTIGA:
O SUCESSO DO CAFÉ
O café desempenhou um papel crucial no impulsionamento de Campinas, marcando o início de um novo ciclo de desenvolvimento. Com o crescimento da economia cafeeira, Campinas se tornou um centro importante, atraindo um grande número de trabalhadores de diversas origens. Esses trabalhadores eram empregados em plantações de café e em atividades produtivas rurais e urbanas.
Nessa mesma época, a segunda metade do século 18, Campinas começou a experimentar um intenso processo de modernização em relação aos meios de transporte, produção e vida. Essas transformações deixaram uma marca duradoura na memória da cidade, e muitos aspectos dessas mudanças ainda podem ser observados até os dias de hoje.
A CRISE DO CAFÉ
Após a crise do café a partir da década de 1930, Campinas passou por uma transformação significativa, deixando de ser uma cidade predominantemente agrícola para assumir uma fisionomia mais voltada para a indústria e os serviços. Essa transição foi impulsionada pelas mudanças econômicas e pela busca por novas oportunidades diante do declínio da produção cafeeira.
No âmbito do urbanismo, um marco importante foi a implementação do “Plano Prestes Maia” em 1938, que introduziu uma série de ações abrangentes com o objetivo de reordenar as vocações urbanas da cidade. Esse plano visava impulsionar tanto os talentos já consolidados quanto os emergentes, posicionando Campinas como um polo tecnológico no interior do Estado de São Paulo.
Essa fase de transformação marcou o surgimento de indústrias e empresas de serviços em Campinas, impulsionando seu crescimento econômico e diversificado. A cidade se tornou um importante centro industrial, de pesquisa e desenvolvimento, além de abrigar uma significativa prestação de serviços, características que ainda se mantêm até os dias atuais.
RODOVIAS
Ainda nesse período, Campinas experimentou um aumento significativo em sua população, composta por migrantes e imigrantes de diversas regiões do estado, do país e do mundo. Essas pessoas eram atraídas pela oportunidade de se estabelecerem em um novo parque produtivo, que incluía fábricas, agroindústrias e estabelecimentos diversos.
Entre as décadas de 1930 e 1940, Campinas passou por um momento histórico de transformação. A cidade testemunhou um fluxo migratório intenso, resultando na multiplicação de bairros nas proximidades das fábricas e dos estabelecimentos comerciais, bem como das grandes rodovias que estavam sendo construídas. Entre essas rodovias estão a Via Anhanguera (inaugurada em 1948), a Rodovia Bandeirantes (inaugurada em 1979) e a Rodovia Santos Dumont (construída na década de 1980).
Essas vias de transporte desempenharam um papel crucial no desenvolvimento econômico da cidade, facilitando o acesso à cidade e impulsionando o crescimento industrial, comercial e residencial em suas proximidades.
Entre as décadas de 1950 a 1990, ao mesmo tempo em que o território da cidade aumentava 15 vezes e sua população, cerca de 5 vezes. De maneira especial, entre as décadas de 1970/1980, os fluxos migratórios levaram a população a praticamente duplicar de tamanho.
Nos dias de hoje, Campinas ocupa uma área de 801 km² e conta com uma população de 1,1 milhão de habitantes