A coordenadora das Sondagens do Instituto, Viviane Seda Bittencourt, explica que o ano foi difícil, principalmente para os consumidores de menor poder aquisitivo, refletindo o aumento das diferenças sociais também no ICC.
“O descolamento entre a confiança dos consumidores de baixa renda dos de alta renda atingiu o maior nível da série dos últimos 17 anos, principalmente em função da dificuldade financeira dos consumidores de menor nível de renda diante do quadro de desemprego, inflação elevada e aumento do endividamento”.
Para ela, o ano de 2022 será “desafiador” para a melhora da confiança do consumidor geral e também para a “diminuição da desigualdade na percepção dos desafios econômicos por famílias com diferentes níveis de renda”.
Componentes
Entre os componentes do ICC, a quase estabilidade em dezembro foi influenciada pela piora na avaliação da situação corrente, enquanto houve melhora das expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 1,3 ponto, para 65,6 pontos, puxada pela deterioração da situação financeira das famílias.
A satisfação sobre as finanças pessoais caiu 2,9 pontos, atingindo 59,2 pontos, o menor valor desde abril deste ano. A percepção dos consumidores sobre a situação econômica atual se manteve relativamente estável em 72,8 pontos, uma alta de 0,3 ponto. Segundo o FGV Ibre, os dois indicadores se mantêm em patamares muito baixos na série histórica.
Já o Índice de Expectativas (IE) subiu 2 pontos, para 83,4 pontos. A principal influência foi do indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira familiar, que subiu 5,5 pontos, ficando em 85,5 pontos.
O indicador das expectativas sobre a situação econômica subiu 3,8 pontos, para 104,1 pontos, mas o ímpeto de compras para os próximos meses caiu 3,6 pontos, para 62,8 pontos, a quarta queda consecutiva.
(*Com informações da Agência Brasil)