Das seis medalhas conquistadas ontem (13) pelo Brasil no Campeonato Mundial de Natação Paralímpica, na Ilha da Madeira, em Portugal, duas douradas foram vencidas por Samuel Oliveira.
Nadador da classe S5, o jovem de 16 anos teve os braços amputados após sofrer uma descarga elétrica em Campinas. O acidente aconteceu em janeiro de 2015 (veja mais abaixo).
Nesta segunda, ele completou a prova dos 50 metros costas em 36s58. Depois, venceu o revezamento 4x50m livre misto, com Lídia Cruz, Daniel Mendes e Joana Neves, em 2min20s40.
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DESCARGA ELÉTRICA
Samuel Oliveira tinha nove anos quando foi atingido por uma descarga elétrica de 13 mil volts ao tentar desenroscar uma pipa presa em uma árvore na Vila Padra Anchieta, em Campinas.
O choque, que também atingiu o primo dele, com 14 anos na época, aconteceu depois que eles encostaram uma barra de ferro na fiação elétrica que estava encoberta pela folhagem.
Por conta do acidente, os braços de ambos entraram em estado de necrose. Internados, os dois precisaram ser amputados na altura dos ombros para evitar uma infecção mais grave.
Depois de passar por diversos procedimentos cirúrgicos, os primos foram liberados do hospital e iniciaram a reabilitação. A natação surgiu neste momento e se tornou uma paixão.
Depois de se tornarem competidores e atletas, os dois foram contratados há cerca de seis meses pelo Praia Clube, de Uberlândia, em Minas Gerais, pelo qual disputam o campeonato mundial.
NA COMPETIÇÃO
Com essas conquistas, até o momento, o Brasil soma 13 pódios na competição. São quatro medalhas de ouro, seis de prata e três de bronze. O mundial se encerra no próximo domingo (19).
Ontem, Gabriel Bandeira, que faturou o ouro nos 200m livre no primeiro dia, conquistou a prata nos 100m costas na classe S14, para deficientes intelectuais. Ele completou a prova em 59s86.
Já nos 100m livre da classe S4, Lídia Cruz levou a prata em 1m26s21. Já Patrícia Santos fez 1m31s27 e foi bronze. Nos 150m medley da classe SM3, Larissa Rodrigues foi bronze com 3m56s62.
AS CLASSES
Os atletas da natação paralímpica são divididos em 14 classes diferentes, que representam o grau de dificuldade da deficiência dos competidores.
As classes de S1 a S10 são de deficientes físicos-motores. Neste caso, a S1 é para atletas com maior grau de deficiência, enquanto a S10 para os de menor grau.
Além disso, as classes S11, S12 e S13 são para deficientes visuais, enquanto na S14 disputam os atletas que são deficientes intelectuais.
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