A goleada aplicada pela Ponte Preta na noite de sexta-feira (16) sobre o Santos foi chamada de duversas formas pela imprensa: passeio da Macaca, atropelamento dos meninos da Vila, “Ponte nitroglicerinada”, perfeição em termos de planejamento e execução. Para o técnico Fábio Moreno, porém, a definição é outra: Padrão Ponte Preta.
“Quando falo que estamos em busca de algo longo, duradouro, produtivo pra ponte, esta é a identidade que queremos. Aplicação tática, time que se empenha, se doa ao máximo. Todas as substituições que fiz foram por exaustão. Esse é o DNA da Ponte Preta, é isso que a gente busca”, afirma o treinador.
Mais do que resultado de treino, para o técnico o que se viu em campo foi fruto também do bom emocional dos jogadores. “O time mudou animicamente. Estivemos abaixo do normal contra o Criciúma, e vale lembrar que vários passaram por esse tipo de dificuldade e a gente não perdeu lá, empatou no normal e acabou saindo nos pênaltis, mas a atitude não foi adequada. Voltamos a ter o espírito que a Ponte merece, que os atletas impõem no dia a di. Conseguimos transportar o que fazemos no treino para o jogo e o resultado foi uma vitória excelente, contra um time intenso”, analisa.
O treinador conta como o grupo trabalhou o aspecto psicológico durante a semana que antecedeu a partida de sexta. “Remos uma análise dos atletas e da necessidade emocional de cada um. Tem grupos que precisam tomar muita dura, outros precisam de mais atenção. Entendi que devido a cobrança que sofremos e a que nós mesmo fizemos, pois internamente nos cobramos muito, revimos tudo o que fizemos – ou não fizemos – com o Criciúma. A partir do momento que terminei de falar nisso, disse a todos que aquele jogo tinha ficado pra trás, era um novo começo, eu acreditava muito neles e sabia a capacidade que eles podiam mostrar, e mostraram, em campo”, afirma.
Obviamente, a parte tática também foi muito bem desenvolvida nos treinamentos. “Procuramos dissecar todos os pontos do adversário e colocar na semana de trabalho, para explorar fraquezas deles e nos resguardarmos dos pontos fortes. Criamos dificuldades na linha defensiva nos nossos treinamentos porque sabemos que o Santos trabalha com muita intensidade no posto ofensivo e, analisando as partidas deles, vimos que podemos explorar contra ataques e mano a mano”, conta.
Ele acrescenta: “Então trabalhamos muito a saída, ligações diretas, baixando Camilo e o Veras para gerar dúvidas nos zagueiros. Realmente ficamos satisfeitos porque o que treinamos conseguimos executar muito bem, mesmo não sendo tão efetivos marcando gols no segundo tempo, mas chegamos varas vezes e podíamos até fazer placar mais elástico. Foi ótimo, graças a uma atuação com muita propriedade, consciência e trabalho inteligente dos atletas.”
Moreno conclui ressaltando que a Ponte está com os pés no chão e sabe que tem um confronto difícil na segunda contra o Red Bull Bragantino, e outros tantos depois dele. “É claro que enxerguei pontos negativos em ambos os tempos, faz parte do trabalho identificar os problemas para corrigir e, como sempre dizemos, nem quando fazemos partida muito boa como a de sexta está tudo muito bem, nem quando jogamos mal está tudo ruim e nada presta. Temos que dar continuidade no trabalho para que o futebol surja, se não fica tudo ao sabor do vento e a história do futebol mostra que isso não é bom pra ninguém. Temos consciência de que ainda estamos começando nosso objetivo. A vitória contra o Santos é um passo firme em busca do que queremos, mas ainda falta muita estrada para percorrer”, finaliza.