Acho que reencontramos mais um cemitério na cidade. Este, pouco conhecido do grande público, em contrário senso, bastante conhecido dos moradores do bairro Carlos Gomes, quase na divisa com a cidade Jaguariúna. Lá, ele é conhecido como o Cemitério Velho do Bairro Carlos Gomes.
Quem me contou sobre esse lugar foi meu amigo, o repórter fotográfico Leandro Ferreira, que havia fotografado o local em 2016. Na ocasião, percebeu resíduos de mobiliário fúnebre e ruínas, aparentemente, de uma antiga capela ou portal.
Eu estive no local no dia 30 de março. Pouca coisa pode ser vista, diante do mato alto, mas ainda há um resquício das ruínas fotografadas em 2016. Mas, nos domínios do cemitério encontrei apenas peças de barro que, um dia, devem ter sido as referências dos túmulos.
Origem do cemitério
Existe uma suspeita de que o cemitério tenha sido uma necrópole para acolher soldados caídos na Revolução Constitucionalista de 1932. Nos poucos relatos que – por enquanto – encontrei sobre o local, afirma-se que corpos foram retirados de lá e transladados para outras localidades.
Conversando com o Professor Rodrigo Gutenberg, integrante da Sociedade de Veteranos de 32, diligente pesquisador e guardião de um importante conhecimento e acervo do tema, acreditamos que há, sim, a possibilidade do local ter sido um cemitério logístico para os combatentes que morreram na Revolução.
A região onde ele se encontra é um importante ramal ferroviário, muito utilizado na estratégia da batalha constitucionalista.
Onde fica o cemitério abandonado?
O local fica entre a Estação Carlos Gomes e a Estação Tanquinho. Em tese, o cemitério foi utilizado para o sepultamento provisório de soldados mortos em batalha, na medida em que seria muito difícil encaminhar os corpos dos combatentes para as famílias, em meio ao combate.
Essa é uma teoria minha, composta pela lógica geográfica e histórica destes cenários e personagens. Independente da utilização da necrópole, não há dúvida de que ali é um cemitério inativo.
Diante das possibilidades e da realidade, achei por bem informar as autoridades municipais deste “reencontro”.
Neste interim, descobri que, em 2018, houve um aviso ao Iphan sobre a área, o que me animou bastante, pois não fui o primeiro a dizer que aquela área é um sítio arqueológico.
Por enquanto é isso, mas espero logo mais trazer notícias para vocês sobre o mais novo cemitério velho de Campinas!
Quem é Thiago de Souza
Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas cidades de Campinas e Piracicaba.
Quer ficar ligado em tudo o que rola em Campinas? Siga o perfil do acidade on Campinas no Instagram e também no Facebook.
Receba notícias do acidade on Campinas no WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o link aqui!
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Campinas e região por meio do WhatsApp do acidade on Campinas: (19) 97159-8294.
LEIA TAMBÉM NO ACIDADE ON PIRACICABA
Limeira tem festival gastronômico gratuito com música ao vivo; veja local
Roberta Campos fará show em Piracicaba nesta sexta-feira; veja como adquirir ingressos