A tradicional cerimônia de Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas volta a acontecer presencialmente neste Sábado de Aleluia, 8 de abril, após dois anos de suspensão por conta da pandemia de covid-19. Nos anos de 2021 e 2022 a cerimônia foi realizada de forma virtual.
A edição deste ano traz, além do cortejo, uma programação cultural paralela com duas exposições, inauguração de uma sala de leitura e apresentações de teatro, capoeira, samba de bumbo e show com a cantora Leci Brandão. As atividades começam às 9h e se encerram às 17h. Todas são gratuitas (veja programação abaixo).
A Lavagem é um processo cultural de matriz africana na cidade que acontece desde 1985, em todo Sábado de Aleluia. Em 2022, a Lavagem das Escadarias se tornou Patrimônio Cultural Imaterial de Campinas e neste ano completa 38 anos conservando a tradição de ritos afro-brasileiros.
COMO VAI SER
O cortejo da Lavagem das Escadarias sai do prédio histórico Estação Cultura, cujo povo negro participou na construção e segue para a Catedral Metropolitana de Campinas, também construída pelas mãos do povo negro escravizado e marginalizado. Começa às 9h45 com a concentração das comunidades religiosas, grupos culturais e sociedade civil. O traje é rigorosamente branco.
A cerimônia tem como objetivo homenagear os Povos Bantus. A maior parte dos negros escravizados que foram trazidos para o Brasil eram de etnias Bantu (Congo, Benguela, Ovambo, Cabinda, Angola, Macua, Angico, entre outros).
IMATERIAL
O registro da tradicional cerimônia como Patrimônio Cultural Imaterial de Campinas ocorreu no dia 24 de novembro de 2022, após assinatura do prefeito Dário Saadi. Ele foi o ‘Prefeito de Honra’ que conduziu a reunião de apreciação do pedido de registro da cerimônia pelo Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas).
Os conselheiros aprovaram por unanimidade o pedido de registro que considerou para este reconhecimento: a história, a ancestralidade e o fato desta celebração, que ocorre há 37 anos em Campinas, conservar a tradição de ritos afro-brasileiros.
PROGRAMAÇÃO DE SÁBADO
- 9h – Inauguração da Sala de Leitura Clélia Santana
Sala 7 da Estação Cultura
- 9h30 – Abertura da Exposição: Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana Como Patrimônio Cultural de Campinas
Exposição de Fotos de Fabiana Ribeiro
Local: Saguão da Estação Cultura
De 8 a 30 de abril
Horário: aberto ao público das 8h às 19h de segunda à sábado, domingo aberto caso haja eventos na Estação
Endereço: Estação Cultura Prefeito Antônio da Costa Santos/ Praça Mal. Floriano Peixoto – Centro
Entrada gratuita
- 9h45min – Concentração: comunidades religiosas, grupos culturais, sociedade civil
Local: Estação Cultura
Traje: rigorosamente branco
Descida do Cortejo pela Rua 13 de Maio
Cerimônia Religiosa da Lavagem da Escadaria
- 13h: Leci Brandão Canta em Homenagem à Resistência Pós-Pandemia: Retorno às Bênçãos na Lavagem da Escadaria
- 14h30– Apresentação dos Grupos Culturais
- 17h – Encerramento com Mãe Corajacy e Mãe Dango – Carregam a força da Mulher Ancestral
EXPOSIÇÕES FOTOGRÁFICAS
A cerimônia de Lavagem das Escadarias também está registrada em duas exposições fotográficas que podem ser vistas pelo público, uma instalada dentro da Estação Cultura e, a outra na Rua 13 de Maio, ao longo do percurso do cortejo da manifestação.
A exposição da Estação Cultura é composta por 60 painéis com fotos de Fabiana Ribeiro da celebração e textos informativos sobre o patrimônio e sua importância, além de depoimentos de diversas pessoas que participam da celebração e contribuíram para o documentário sobre a Lavagem como Patrimônio da cidade.
A abertura acontecerá no sábado, 8 de abril, às 9h30 da manhã, na Estação Cultura. E depois dela se iniciará o cortejo da Lavagem. A mostra educativa faz parte das ações de educação patrimonial e salvaguarda da celebração.
A segunda exposição é do Cortejo da Lavagem das Escadarias, com fotografias de João Zinclar. A iniciativa é do Coletivo Gestor do Acervo João Zinclar com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
O fotógrafo João Zinclar, gaúcho por origem e campineiro por adoção, falecido há 10 anos, que deixou uma obra monumental, registrando movimentos sociais, culturais e políticos de Campinas e do Brasil.
As fotografias estão em estandartes instalados ao longo da Rua 13 de Maio desde a Estação Cultura até a Praça da Catedral.