O cenário eleitoral no Distrito Federal sofreu mais uma reviravolta nesta quarta-feira (13). A pastora evangélica Damares Alves (Republicanos), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do presidente Jair Bolsonaro (PL), fechou aliança para ser a candidata a senadora na chapa do governador Ibaneis Rocha (MDB), pré-candidato à reeleição, com a deputada federal Celina Leão (PP) na vice.
Na prática, a costura quebra o acordo firmado há meses entre Ibaneis e Flávia Arruda (PL), pré-candidata a senadora, que tem o marido José Roberto Arruda (PL) como potencial candidato a governador. É Arruda o nome preferido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o cargo.
Selado em almoço, o pacto entre Damares, Ibaneis e Celina foi negociado pelo presidente do Republicanos, Marcos Pereira, e pelo presidente do Progressistas, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
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Ibaneis foi pressionado pelos agora aliados a trocar Flávia por Damares em meio à indefinição de Arruda sobre ser candidato ou não ao governo do DF. Ele retomou os direitos políticos na última quarta-feira, quando o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, anulou as duas condenações restantes do ex-governador.
A decisão de Ibaneis fortalece a possibilidade de Arruda, de fato, sair candidato ao governo com a esposa como candidata a senadora. A chapa deverá ter o apoio de Bolsonaro, correligionário dos dois, e ser endossada por outros grandes partidos, como o PSD e o União Brasil. Se Arruda preferir sair à Câmara dos Deputados para puxar votos, como defendem lideranças do PL, o empresário Paulo Octávio (PSD) pode ser o candidato a governador. Outra opção é o senador Reguffe (União Brasil).
Apesar da preferência de Bolsonaro por Arruda, Ciro Nogueira afirmou nesta quarta-feira que a chapa Ibaneis-Damares é próxima ao presidente. “Não tenham dúvida que a presença dos Progressistas e de Damares cria vínculo que é umbilical com o nosso presidente Jair Bolsonaro. Nenhuma candidatura no País inteiro é de uma pessoa tão próxima ao presidente e à primeira dama”, disse o ministro no evento para formalizar a aliança, em referência à ex-titular do Ministério da Mulher. Procurado pelo Broadcast Político, , sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, para esclarecer se Bolsonaro deu aval à aliança, Ciro Nogueira não respondeu.
Já Ibaneis, cujo partido tem a senadora Simone Tebet como pré-candidata à Presidência da República, disse ter consolidado um “belíssimo palanque” para Bolsonaro no Distrito Federal. “Eu entro hoje na sua sala com o coração livre, liberto de qualquer acordo que fiz no passado”, afirmou o governador, em referência a Flávia Arruda, mas sem citá-la nominalmente. “Hoje me senti liberado desse acordo, porque este acordo no momento em que foi feito não dependia de mais ninguém. Ele foi feito na minha casa, na mesa onde sentam meus amigos. E foi feito olhando no olho, sem qualquer condição. Se as condições se alteraram ao longo do caminho, as minhas não se alteraram”, seguiu.
Em seguida, contudo, Ibaneis deixou as portas abertas para futuras negociações. “Caminho sempre está aberto para a gente sentar e fazer novo acordo”, declarou o governador do Distrito Federal.
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