Governadores de seis estados brasileiros renunciaram aos cargos na última semana. De acordo com a lei eleitoral, com exceção dos que vão disputar a reeleição, quem pretende entrar na disputa por uma vaga no Legislativo este ano precisa se desincompatibilizar do cargo público até seis meses antes do primeiro turno da eleição, que será em 2 de outubro.
Dos seis nomes que deixaram os cargos, quatro são do Nordeste e vão disputar uma vaga no Senado: Em Alagoas, Renan Filho (MDB), no Maranhão, Flávio Dino (PSB), no Piauí, Wellington Dias (PT) e no Ceará, Camilo Santana (PT).
Além deles, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato a presidência da República e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda sem definição sobre qual cargo disputará, deixaram o posto mais alto do Executivo em seus estados. Os vices assumem os cargos até o fim dos mandatos.
DORIA
No dia marcado para sua renúncia ao governo do Estado, na última semana, Doria surpreendeu aliados ao informar que permaneceria no Palácio dos Bandeirantes. Ele retomou o projeto presidencial horas depois, após o presidente nacional da legenda, Bruno Araújo, enviar uma carta aos principais líderes do partido garantindo apoio à sua candidatura.
No dia, a avaliação entre adversários e até aliados é de que ele esgarçou ainda mais a relação com a direção do PSDB, aprofundou a divisão interna e continuará sofrendo forte resistência na legenda. Falando já como ex-governador após seu discurso de despedida, Doria disse que as notícias sobre sua desistência pela Presidência foram uma “estratégia política”. Segundo ele, houve um planejamento prévio para que Araújo tivesse de se manifestar publicamente em apoio a seu nome.
Mas dois fatores foram determinantes para a arriscada jogada política do tucano. A primeira foi a desconfiança em relação a quadros que deveriam estar na linha de frente de sua pré-campanha: além de Araújo, o então vice-governador (e agora governador) Rodrigo Garcia, que foi escolhido em prévias o pré-candidato do PSDB ao governo paulista.
Segundo um aliado próximo a Doria, Garcia despertou desconfiança ao manter pontes com a ala tucana alinhada ao gaúcho Eduardo Leite – que perdeu as prévias nacionais, mas se mantém como opção no partido para a disputa ao Planalto. Ontem, Leite formalizou a renúncia ao governo do Rio Grande do Sul sem abandonar o discurso de pré-candidato. “É cedo para dizer o que as próximas semanas me reservam”, destacou. “Mas posso dizer que esse percurso vai ser coletivo.” (Com informações da Agência Brasil e Agência Estado)