Um lote de vacinas Coronavac foi preventivamente interditado após ser constatado que as doses apresentavam alteração na temperatura, em Amparo. Isso fez com que a imunização de pessoas de 64 anos fosse suspensa na cidade. Segundo a Secretaria do Estado da Saúde, a oscilação deve ter acontecido no momento do transporte e armazenamento das vacinas, de responsabilidade do município. A prefeitura informou, na noite de quinta-feira (29), que vai instaurar um processo administrativo para investigar o caso.
As 740 doses do imunizante entregues ao município seriam aplicadas exclusivamente em pessoas de 64 anos de idade a partir de terça-feira (27), mas o processo foi paralisado no dia seguinte. Na ocasião, a prefeitura informou, por meio de sua página oficial no Facebook, que o pedido para a suspensão partiu do governo do estado, sem dar mais detalhes.
No entanto, na noite de quinta-feira (29), a assessoria de imprensa da administração municipal confirmou ao ACidadeON/Circuito das Águas que as doses apresentaram temperatura de 1,6ºC, ou seja, 0,4ºC a menos do indicado. No caso da Coronavac, a refrigeração deve variar em 2ºC a 8ºC.
Ainda de acordo com a prefeitura de Amparo, o lote foi colocado em quarentena e que aguarda o posicionamento oficial da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber da possibilidade de utilização ou não do imunizante. Até o momento da publicação, a Anvisa e o Ministério da Saúde não haviam se posicionado sobre o caso.
POSICIONAMENTO DO ESTADO
A Secretaria de Saúde do Estado se posicionou sobre o caso das vacinas depois que a prefeitura de Amparo atribuiu ao governo estadual a suspensão da vacinação de pessoas de 64 anos sem apresentar detalhes. Em nota, assessoria de imprensa ressalta que “a Prefeitura de Amparo deixou de informar aos seus munícipes e seguidores que a orientação decorre justamente da alteração de temperatura das vacinas ocasionada no transporte das doses pelo município, sendo crucial, neste caso, seguir a recomendação do Programa Nacional de Imunizações (PNI)”.
Enfatiza ainda que “é de responsabilidade das prefeituras a retirada, o transporte e armazenamento em temperatura adequada das doses”. E conclui: “Assim, o município foi orientado sobre os critérios e procedimentos, que incluem a notificação da alteração em formulário oficial do Ministério da Saúde, para que a situação seja reportada à coordenação do PNI, que deve monitorar a qualidade da vacina e orientar em relação às ações preventivas. A conduta em relação à utilização ou inutilização das doses dependerá exclusivamente do órgão federal”.
INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
A prefeitura de Amparo, por meio da assessoria de imprensa, informou que o prefeito Carlos Alberto Martins (MDB) já pediu a abertura de um processo administrativo, em caráter de urgência, para averiguar a causa da oscilação de temperatura das doses da vacina.
“Neste momento é temerário afirmar se houve falha humana ou de equipamentos de aferição disponibilizados pelo órgão público. Assim que for esclarecido o fato e, caso haja comprovação de falha humana, todas as medidas cabíveis serão adotadas com rigor”, diz trecho da nota.
Ainda de acordo com a prefeitura, a “Secretaria Municipal de Saúde, imediatamente, suspendeu a disponibilização da vacina assim que teve ciência do ocorrido e que trabalha para que a população de 64 anos não fique sem as doses”. Segundo a administração, como o lote do imunizante interditado era exclusivamente para pessoas de uma única faixa etária, a vacinação dos demais grupos prioritários continua normalmente na cidade. Hoje, o município imuniza pessoas de 63 anos.