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Agronegócio cresce na região de Ribeirão Preto em ano atípico

Era da Agricultura 4.0 reúne gestão baseada em dados, novas ferramentas e técnicas para produção, sustentabilidade e profissionalização da mão de obra.

 

Foto: Francisco César Urenha

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O ano de 2020 foi muito diferente do que todos poderiam esperar. Não houve planejamento estratégico que não tivesse que ser alterado. A pandemia do novo coronavírus, que entra 2021 adentro, ainda que razoavelmente perto de ser debelada com a chegada de inúmeras vacinas, legou ao mundo uma crise econômica e humana sem precedentes. Contudo, parece que “resiliência” pode ser considerado o sobrenome de muitos homens e mulheres que, à frente de empresas e entidades dos mais variados tipos e portes, enfrentaram e enfrentam os problemas com olhos postos no futuro.

Em um cenário no qual a maioria dos setores econômicos foi afetada, um dos que movimentou o Brasil, trazendo ou mantendo emprego e renda, foi o agronegócio. Elementos que podem dar uma ideia bastante acertada sobre os caminhos que levaram a esta constatação, segundo diversos gestores destas áreas, são a entrada do agronegócio na Era da Agricultura 4.0 e, com certeza, a alta qualificação de mão de obra feita em Ribeirão Preto por entidade de ensino superior de qualidade reconhecida e referendada.

O agronegócio nacional, nos últimos anos, teve avaliação positiva. O setor sucroenergético passou por anos muito complicados, com excesso de açúcar no mercado, preços baixos e distorcidos. Para a surpresa de todos, em 2020, o setor se superou, tendo como principais causas o estoque de alimentos, uma vez que o Brasil faz mais de duas safras por ano e os outros países, que não possuem solo ou mecanismos possíveis para isso ocorrer, têm que importar. O agronegócio ajudou o Brasil, nesse período, a não “afundar”.

“O produtor rural já é conhecido por sua resiliência diante das adversidades climáticas e das graves crises econômicas e políticas vistas no país. Frente a Covid-19, o agronegócio mostrou sua capacidade de regeneração e cresceu”, afirma Francisco César Urenha, diretor Presidente Executivo da Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo).  

O agronegócio representa 21,6% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. O Brasil preserva mais de 66% de seu território cobertos por vegetação nativa e utiliza somente 7,8% de seu território para a produção de grãos, frutas, hortaliças e culturas perenes.

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Com a maior preocupação centrada na saúde dos trabalhadores, o dilema do setor era como continuar produzindo para não haver desabastecimento alimentar. O comércio eletrônico fincou pé de vez neste segmento e o produtor descobriu que precisava ter uma gestão profissionalizada. A manutenção do investimento em tecnologia e gestão, de acordo com o executivo, deve ser a nova regra, a fim de que o protagonismo do agronegócio brasileiro seja mantido no mundo.

“O crescimento do setor tem a ver com o olhar mais apurado do produtor para o novo tipo de consumidor, que associa o alimento à saúde e quer saber como tudo é produzido. Isso abre mais espaço para as questões socioambientais, para a sustentabilidade. Temos, então um novo desafio. A forte demanda internacional e o real desvalorizado foram determinantes para o sucesso do agronegócio na pandemia, tornando o preço das commodities nacionais muito atrativos e incentivando nossa agroindústria a aumentar a produtividade e, em consequência, os ganhos”, salienta Urenha.

Manter os contratos para seguir plantando

Para a Mônika Bergamaschi, presidente do Conselho da ABAG/RP (Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto), o período da pandemia de 2020 foi de ensinamentos e de crescimento. Entre as áreas mais afetadas estava a rede de transporte dos colaboradores que iam para as fazendas e dos produtos, principalmente os perecíveis, por conta dos fechamentos de estradas e entradas das cidades.

O agronegócio tem especificidades em relação a outros meios. Não é apenas “fechar as portas”. Há a necessidade de continuidade para o produto que está sendo cultivado para que não se perca tudo. O setor alimentício, por exemplo, sofreu com a corrida que teve das pessoas aos supermercados para abastecerem suas despensas.

“No decorrer da pandemia, o maior desafio, e isso ocorre até hoje, é manter os contratos para seguir plantando, produzindo e colhendo as mercadorias, com os protocolos para manter a saúde dos funcionários e consumidores”, conta Mônika Bergamaschi. 

Foto: Mônika Bergamaschi.


Sobre como o setor se manteve em termos de tecnologia, a presidente do Conselho da ABAG/RP é cautelosa, porém, certeira quando diz que o agronegócio é um setor que passa por várias etapas, uma auxiliando a outra, adotando uma série de novos mecanismos para suprir o setor com suas melhorias.

“De um fertilizante a uma tecnologia biodinâmica você necessita estar com todos os produtos prontos para serem colocados no momento certo, na quantidade certa, para que ocorra corretamente. Existe um grande pacote tecnológico que é colocado em prática sempre que há a decisão de plantar ou colher. Hoje, temos insumos modernos e a agricultura de precisão sendo aplicados de uma maneira adequada”, diz. Profissionais formados em Agronomia, por exemplo, em sólidas instituições de ensino superior, são absorvidos pelo mercado que busca este tipo de especialização.

Mão de obra qualificada

Os novos métodos tecnológicos de produção no campo trouxeram grandes benefícios para o agronegócio. A transformação digital, alinhada à agricultura de precisão, o uso de drones e GPS, enfim, decretaram que o Brasil e o mundo estão na Era da Agricultura 4.0, que reúne aspectos como gestão baseada em dados, novas ferramentas e técnicas para produção, sustentabilidade e profissionalização da mão-de-obra.

O diretor Presidente Executivo da Copercana ressalta que o produtor está adotando recursos computacionais de alto nível tecnológico, comunicação entre equipamentos, sensores nas máquinas, técnicas de análise e conectividade entre dispositivos móveis para gerar e processar um enorme volume de dados, que servirão de base para a tomada de decisões. Tudo isso contribui para melhorar a produtividade vertical das lavouras.

A presidente do Conselho da ABAG/RP afirma que a agricultura é uma profissão adequada a profissionais qualificados, com grande conhecimento do solo, do clima, entre outros aspectos. “A sociedade brasileira reconhece os benefícios oferecidos pelo agronegócio. Depois de um ano muito desafiador, a melhor campanha é oferecer produtos de boa qualidade para a sociedade”, fala Mônika Bergamaschi.

“Acredito que 2021 será um bom ano para o agronegócio. Tudo indica um cenário promissor, mais positivo para os preços. Temos feito a nossa parte para garantir o abastecimento nacional, e só isso já basta para que as pessoas olhem o agronegócio com a importância que ele merece”, completa Francisco Urenha.

O diretor Presidente Executivo da Copercana diz que usar, de forma responsável e controlada, os agroquímicos modernos, que são mais eficientes, mais biológicos e menos prejudiciais ao meio ambiente, demonstra que há a presença fundamental e decisiva de um engenheiro agrônomo.

“Alinhar pecuária com florestas e lavouras não se faz sem um bom profissional cuidando da saúde do rebanho e nem sem a presença de um engenheiro da área. Uma gestão moderna e eficaz depende de profissionalização. Isso só é possível se as pessoas possuírem conhecimento específico. O setor já entendeu isso e tem valorizado os profissionais com cursos superiores”, afirma.

Urenha faz questão de deixar claro que o agronegócio regional caminha junto com o restante do país. A região de Ribeirão Preto, que é canavieira, em essência, mantém os investimentos em tecnologia, que permitem melhores práticas de plantio e colheita. O fogo há muito foi banido de grande parte das lavouras. E a mecanização obrigou o produtor a aprender novas formas de trabalhar e a trazer para seu negócio profissionais com curso superior nas áreas do plantio em geral, o que levou a ganhos de produtividade.

Mônika Bergamaschi diz que mão de obra qualificada e bem formada dificilmente encontra entraves para uma boa colocação no mercado de trabalho, sejam veterinários ou engenheiros agrônomos, e que 2020 que foi um ano de muitas contratações, no qual as empresas fizeram e ainda fazem melhorias nos processos e maquinários para melhor atender às demandas que surgiram.

“A dica mais preciosa é que o profissional se mantenha atualizado, antenado e com disponibilidade para engrossar as fileiras das empresas, tendo uma visão holística do setor, que consiga circular bem entre as diversas e fundamentais áreas do agronegócio e trabalhar em equipe”, salienta a presidente do Conselho da ABAG/RP.

Novos métodos tecnológicos de produção

No que se refere ao meio ambiente, os gestores do agronegócio nacional estão cada vez mais conscientizados. As gerações mais novas, que têm assumido o lugar dos pais, têm entrado no setor com uma mentalidade mais moderna fruto de uma formação universitária mais assertiva em relação às demandas modernas do mercado mundial.

Segundo Alexandre de Sene Pinto, professor de Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto, um dos maiores especialistas mundiais em controle biológico de pragas, a ciência avançou, dando retaguarda e segurança ao agricultor em técnicas que preservam o ambiente e garantem produtividade igual ou superior ao comumente usados.

Em suas pesquisas e atividades docentes no Moura Lacerda, ele usa o controle biológico no lugar de químicos ou associa ambos, diminuindo a quantidade do que é aplicado. 

“Mostramos cada vez mais ao agricultor um trabalho forte de pesquisa e de extensão, feito dentro das universidades, porque não tem jeito de fazer um só, tem que ter os dois. Isso tem garantido um uso bastante consciente de produtos químicos na agricultura”, ressalta Sene, que também é consultor em Manejo de Pragas da empresa Occasio.

O professor do Centro Universitário Moura Lacerda diz que as novidades tecnológicas de produção no campo ainda continuam sendo as máquinas, muitas delas autônomas, que não precisam de piloto, de um tratorista.  

Foto: Alexandre de Sene Pinto

Os drones também estão sendo amplamente utilizados. Sene explica que, em maio de 2017, quando a lei dos drones surgiu no Brasil, só para a aplicação de produto biológico, no caso as microvespas, para controle de pragas em canavial, 30% da ação já era feita por drones. No ano seguinte, 2018, esse número subiu para 60%. Hoje, supera 90%.

Análises tecnológicas e químicas de produtos agropecuários em campo, em tempo real, com máquinas que conseguem, por diversos mecanismos, apontar resultados de análise de solo, conteúdo da planta, etc., são outros exemplos de avanço para o setor.

O Centro Universitário Moura Lacerda, com campi nas cidades de Ribeirão Preto e Jaboticabal, ambas na região da Alta Mogiana Paulista, tem um dos mais conceituados e referenciais cursos de Agronomia do país. Há anos, a graduação do Moura Lacerda tem formado profissionais com ampla colocação no mercado de trabalho. São engenheiros agrônomos altamente capacitados para atuar de forma decisiva em todos os cenários apontados nesta reportagem.

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