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CotidianoA vacina chegou, e agora?

A vacina chegou, e agora?

Como ficamos muito tempo isolados com o consumo restrito, nossa tendência é compensar o tempo perdido e exagerar nas compras e no lazer

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Eliseu Hernandez D’Oliveira, assessor de investimento da BlueTrade (Foto: Weber Sian / ACidade ON

O ano de 2021 começou mais leve. Por mais que a vacina ainda possa demorar para causar imunização de fato da sociedade brasileira, já percebe-se uma mudança na feição das pessoas. Uma esperança de que a vida pode voltar ao normal. Apertos de mão e abraços que tanto gostamos. A possibilidade de poder parar de usar as máscaras que incomodam muito! Poder voltar a ir no shopping, cinema e restaurantes sem a paranoia de que está contribuindo com a proliferação do vírus.

Pois aí que mora o perigo. Não do coronavírus, mas do bolso vazio. Como ficamos muito tempo isolados com o consumo restrito, nossa tendência é compensar o tempo perdido e exagerar nas compras e no lazer. Isso é um prato cheio para gastar além do orçamento e entrar no ciclo do endividamento.

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O primeiro ponto de atenção é justamente da vacina. Sim, ela chegou, mas ainda deve demorar um bom tempo para ficar amplamente disponível para toda a população. Nessa semana, entrou em pauta a dificuldade de compra de insumos da China para a fabricação da vacina. Isso é apenas um dos contratempos que a imunização enfrentará. Então, antes de sair gastando, lembre-se da importância de ter uma reserva financeira para enfrentar tempos difíceis.

Esses tempos difíceis estão longe de acabar, pois os problemas econômicos causados pela pandemia ainda vão perdurar uns bons anos. Por um lado temos um elevado nível de desemprego e do outro um estado sem dinheiro para dar continuidade nos auxílios financeiros. E esse problema não se resume apenas ao Brasil. Está sendo chamado de vírus fiscal em que aos poucos os países irão entrar em crise econômica causada pelo alto endividamento dos estados nacionais.

Se de fato essa realidade se concretizar, o nível de desemprego deve aumentar ainda mais e a situação que já está crítica, vai piorar. De jeito nenhum quero ser profeta do apocalipse, mas é o que os dados econômicos estão mostrando. Junto à incapacidade do governo federal de articular as reformas necessárias para o desenvolvimento econômico, temos um cenário de nuvens pretas se formando que pode vir a se tornar uma tempestade.

Portanto, o momento atual ainda é de muita cautela com relação à vida financeira pessoal. Se você possui reservas financeiras, continue poupando e investindo corretamente. Lembre-se que poupar é diferente de caderneta de poupança. O primeiro é o hábito extremamente recomendado de guardar dinheiro e o segundo é um péssimo investimento.

Para não perder essa sensação de alívio de poder voltar a abraçar, tenha o controle da sua vida financeira.

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