A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto enviou nesta quarta-feira (23) um ofício ao Ministério Público pedindo investigação sobre as obras do PAC atrasadas nas avenidas Dom Pedro I e Saudade, em Ribeirão Preto, onde estão sendo construídos corredores de ônibus.
Assinado pelo presidente da entidade, Dorival Balbino e encaminhado ao promotor de Justiça, Sebastião Silveira, o documento relata que a situação tem colocado em risco a segurança dos pedestres que circulam nos dois endereços comerciais.
No documento foram anexadas fotos [veja abaixo] que mostram buracos nas calçadas que estariam causando acidentes diários devido as más condições do piso e de sinalização. A entidade afirma que procurou a Prefeitura para obter o cronograma detalhado das obras e programar o retorno dos comerciantes afetados pelas interdições, mas não obteve uma resposta do executivo.
Obras atrasadas
A reportagem do A Cidade On cobrou recentemente explicações da Prefeitura de Ribeirão Preto sobre o atraso nas obras das duas avenidas. O prazo inicial para a construção dos corredores de ônibus era de 12 meses a partir da assinatura da ordem de serviço, que aconteceu em janeiro de 2020.
Na ocasião, a administração municipal disse que estava aguardando a empresa fazer um pedido de aditamento de prazo para conclusão da obra de até 90 dias. Culpou o atraso também ao período da fase restritiva para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus (covid-19)
A obra, de responsabilidade da empresa Coesa Engenharia, está orçada em R$ 39,7 milhões e está entre as mais caras do programa Ribeirão Mobilidade.
Confira o documento na integra:
A ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE RIBEIRÃO PRETO ACIRP tem acompanhado o andamento das obras do PAC na cidade de Ribeirão Preto-SP desde seu início em 2018, em especial às situadas nas avenidas Dom Pedro I e Saudade, ambas realizadas pela construtora COESA ENGENHARIA LTDA.
Ocorre que há tempos temos percebido uma desorganização por parte da referida construtora em apresentar seu cronograma de obras, o que interfere diretamente na vida de todos os cidadãos que transitam por ali e que tem comércio na região, pois não há como nenhum comerciante do local fazer qualquer planejamento acerca da retomada das atividades
plenas.
Além do prejuízo financeiro causado aos comerciantes pela desordem em todo trecho das avenidas já por prazo tão extenso, ainda temos recebido diversas queixas em relação à segurança dos pedestres, principalmente os idosos, crianças e cadeirantes.
O grande risco aos que ali circulam se dá diante da falta de acabamento adequado nas calçadas, principalmente nas esquinas, onde há inúmeros buracos, alguns com mais 70 cm de profundidade. Temos ouvido relatos diários de acidentes com pedestres, o que vai perdurar até que as obras sejam corretamente acabadas, ou ao menos até que sejam ajustados estes pontos críticos.
Cientes do caos que estas obras estão representando na vida de todos os cidadãos do entorno, oficiamos a prefeitura para que nos fosse fornecido o cronograma detalhado das obras do PAC ocorridas naquelas regiões, para que então os empresários daquelas localidades pudessem se programar para a volta à normalidade de fluxo em seus comércios.
No entanto nosso pedido não foi respondido e as obras já se arrastam há mais de um ano sem previsão formal de conclusão, e ainda colocando em risco a integridade física dos que por ali circulam, como se pode constatar nas fotos em anexo.
Diante disso e não restando outra alternativa, solicitamos ao Ministério Público a apuração da real situação deste contrato, a divulgação de seu cronograma de obras detalhado, bem como a exigência para a construtora finalizar com URGÊNCIA o acabamento das calçadas das avenidas Saudade e Dom Pedro.