A advogada de Ribeirão Preto Nara Faustino, de 43 anos, prestou depoimento após ter sido detida acusada de participar dos atos terroristas nos prédios do Três Poderes, em Brasília, no domingo (8). O auto de prisão em flagrante foi assinado nesta segunda-feira (9). Mais de mil pessoas teriam sido detidas e foram levadas para um ginásio da Polícia Federal.
De acordo com o documento da Polícia Civil do Distrito Federal, obtido pela reportagem do acidade on, Nara, teria sido a vigésima terceira pessoa a ser ouvida. Durante seu depoimento, ela exerceu seu direito ao silêncio em algumas perguntas, como local da residência, salário, e outras perguntas de cunho pessoal. Entretanto, esclareceu à autoridade policial, quando e de que forma chegou à Brasília.
Ela conta que desembarcou na capital federal na última sexta-feira, 6, em um ônibus de excursão, mas não soube dizer quem seria o organizador. Ele ainda revelou que passou a tarde no QG do Exército e depois se hospedou em um hotel. Segundo ela, a ideia era permanecer lá somente até o domingo, 8, mas por meio de uma votação de seu grupo, eles decidiram ficar até na segunda.
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Detenção
Sobre ocorrido, Nara narrou que foi até a esplanada dos Ministérios para se manifestar e quando chegou aos prédios ´já estava tudo aberto e depredado’. Ela disse que entrou primeiro no Congresso Nacional por curiosidade, se referindo ao prédio ‘com dois pratos um para cima e outro para baixo’. Afirmou ainda que não compactua com ‘as coisas que foram quebradas’.
Segundo a advogada de Ribeirão, sua detenção ocorreu no momento em que estava em uma sala, após a entrada da tropa de choque. Ela ressalta que estava ali pacificamente protestando contra um possível ‘governo comunista’, que seria implantado pelo Governo atual do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito democraticamente.
Ainda de acordo com o documento, a depoente admite que a ‘ideia era que as Forças Armadas assumissem o poder, como aconteceu em 1964’, com a implantação da ditadura militar no Brasil, e que prendessem aqueles que estão lesando a pátria. Vale lembrar que o regime militar durou até 1985, quando José Sarney assumiu a presidência.
