Um bebê de 8 meses morreu por infecção generalizada causada pela bactéria que pode causar meningite. A morte, de doença meningocócica , é a segunda no ano em Ribeirão Preto relacionada à doença.
De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, até esta quinta-feira (30) foram registrados 23 casos de meningite na cidade, incluindo dois óbitos. Além do menino de 8 meses, que morreu em maio, a cidade também registrou um óbito em abril. O início dos sintomas do bebê de 7 meses aconteceu em abril. Ele morreu vítima da meningite pneumocócica. Ambas vítimas estavam com as vacinas atualizadas de acordo com o preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
A criança que morreu em maio deste ano foi vítima de uma septicemia (infecção generalizada) causada pela bactéria que pode causar a meningite.
Entre janeiro e maio de 2018, a cidade havia registrado apenas um óbito, por meningite pneumocócica, em uma menina de 1 ano. Em todo o ano passado, Ribeirão Preto teve 58 casos da doença e quatro pacientes morreram.
A médica infectologista do HC de Ribeirão Preto Karen Mirna Loro Morejón explica que a meningite meningocócica surge quando há uma infecção no sistema nervoso central por algum meningococo, que é um grupo de bactérias. Porém, alguns pacientes sofrem uma infecção generalizada, mas não necessariamente do sistema nervoso central. “Todas as bactérias podem causar quadros localizados ou disseminados por todo o corpo. O quadro localizado, nesse caso, seria uma meningite, que afeta o sistema nervoso central”.
O que é e sintomas
Karen explica que a meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o sistema nervoso central, como o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos e é de rápida evolução, podendo causar mortes.
A infectologista explica que os sintomas “clássicos” da meningite são a cefaleia (dor de cabeça), febre e dificuldade para mover o pescoço. Entretanto, nem todos os pacientes podem ter esses indícios de forma tão acentuada, reforçando a importância de buscar ajuda médica. “Crianças pequenas, por exemplos, podem ficar gemendo, prostradas. Quando o quadro é consistente, é importante pelo menos passar por uma avaliação médica para fazer o diagnóstico rápido e atender o paciente”.
Vacinação
Karen explica que existem vacinas para auxiliar na prevenção da meningite bacteriana. “A vacina reduz muito a mortalidade, mas obviamente nenhuma vacina tem eficácia de 100%”. As vacinas disponíveis no calendário de vacinação da criança do Programa Nacional de Imunização são:
– Vacina meningocócica conjugada sorogrupo C: protege contra a Doença Meningocócica causada pelo sorogrupo C;
– Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite;
– Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo b, como meningite, e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B.