Após mais de dois meses da tragédia que matou dez turistas em Capitólio, em decorrência da queda de um paredão de rocha, a Prefeitura da cidade que fica no Sul de Minas Gerais, anunciou que vai liberar a visitação na região dos cânions.
Foi assinado pelo prefeito Cristiano Gerardão (PP), nesta quarta-feira (23), um decreto que permite acesso parcial aos local no Lago de Furnas. A medida passa a valer a partir de quarta-feira, 30 de março.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o chefe do executivo explica que que foi obtido um estudo preliminar para a reabertura. “A partir desse documento pegamos as recomendações e começamos a trabalhar para a essa reabertura, alinhados com a Marinha para que possamos ter o acesso aos cânions com responsabilidade e sustentabilidade”, disse.
Ele também explica que o acesso será liberado de forma gradativa, respeitando as orientações das autoridades. “Nós sabemos o quão necessário e a importância do turismo na nossa região. Estamos sentindo na pele a questão do acidente que impactou muito para todos nós”, comenta.
O que diz o decreto
O documento que também tem recomendações da Polícia Civil, detalha quais os procedimentos que deverão ser seguidos pelas embarcações que entrarem na região dos cânions. O acesso ocorrerá de forma controlada, com redução de fluxo e respeitando limites de distanciamento dos paredões.
Também haverá analise diária por profissional técnico para avaliação geológica do atrativo, anteriormente ao início da visitação, verificando entre um dia e outro, possíveis indícios de processos erosivos e/ou movimentos de massa que possam ter ocorrido.
Os passeios serão interrompidos em qualquer ponto dentro do cânion em caso de chuvas ou verificação de algum tipo de deslocamento ou movimentação de blocos rochosos, ou de solo. Ainda há recomendação para o uso de capacete de segurança, proibição de som em qualquer volume dentro e na entrada do atrativo, entre outras recomendações.
O horário de funcionamento do atrativo será de 9h às 16h, segunda-feira a sexta-feira e de 8h às 18h nos finais de semana e feriados. Os guias deverão apresentar aos visitantes um termo de anuência com o aceite assinado por todos os passageiros da embarcação.
Inquérito
A investigação aberta pela Polícia Civil de Minas Gerais, concluiu que não houve responsáveis ou culpados pelo desabamento. Em entrevista ao portal G1 Centro-Oeste, o delegado regional de Passos, Marcos Pimenta, afirma que apesar disso, foram encontradas irregularidades.
“Nós averiguamos eventuais irregularidades do empreendimento, mas essas irregularidades não estão conexas com o tombamento da placa rochosa. Se houvesse (conexão), indiciaríamos responsáveis pelos dez homicídios, o que não ficou comprovado”, afirmou.
O acidente
No sábado, 8 de janeiro, por volta das 12h30, a parte da lateral do cânion desmoronou atingindo quatro embarcações com turistas que estavam no lago de Furnas. O barco chamado Jesus foi atingido em cheio e todos os 10 ocupantes morreram ainda no local.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais realizou buscas no local do acidente para recolher os restos mortais das vítimas. Outras 30 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para hospitais da região. Desde o dia do acidente, o local segue interditado para visitação.