Na última semana, dois condomínios e um loteamento com controle de acesso foram invadidos por bandidos em Ribeirão Preto.
Somados a outros eventos que acontecem regularmente nos condomínios e nem sempre chegam até a imprensa, fica uma reflexão: quão seguros estão os moradores desses locais ‘fechados’?
É certo que não dá para dizer que um condomínio, mesmo que consiga se equipar de todos os aparatos de segurança e cuidado por parte dos moradores, nunca será invadido por bandidos.
De toda forma, é preciso discutir as medidas que cada condomínio pode adotar para minimizar os riscos de acesso de pessoas com má intenção.
Visto que cada condomínio tem a sua própria estrutura, tamanho e localização, é dever do síndico tomar providências no sentido de levar para discussão em assembleia planos de ação para se dificultar as ações dos criminosos.
Sabemos que nem sempre o síndico é especialista em segurança, e, por isso, o condomínio precisará investir num consultor profissional para que ele consiga mapear todos os riscos e locais vulneráveis, fornecendo, ao final, um laudo completo com soluções customizadas, que, na maioria das vezes, demandará investimento financeiro.
Mas, de nada adiantará, mesmo após esse estudo, ter um aparato de tecnologia (câmeras, concertinas, biometria etc.) se os moradores não colaborarem com a sua própria segurança.
Essa é outra função importante do síndico – conscientizar todos os moradores a fazerem a sua parte para se manter a segurança, sem baixarem a guarda.
Nesse ponto, um dos maiores problemas envolve os próprios moradores. Muitos, ao chegar no condomínio, seja pela entrada de pedestres ou pela garagem, não cumprem com os protocolos mínimos de segurança. A impaciência, na maioria das vezes, é a grande vilã da história.
Alguns não respeitam os procedimentos de abertura e fechamento das clausuras (gaiolas) seja da portaria social/serviço ou da garagem. Além disso, muitos porteiros também não estão adequadamente treinados para a função e acabam não fazendo o controle de acesso de moradores e visitantes da forma indicada.
Outros moradores, ainda, com o pretexto da gentileza, acabam permitindo que estranhos adentrem ao condomínio juntamente com eles, colocando em grande risco não só a sua família, mas também a dos demais vizinhos.
Por fim, é preciso conscientização constante por parte do síndico junto aos moradores para que situações como as ditas acima não aconteçam no condomínio. E ele só conseguirá isto através de uma boa comunicação, enviando periodicamente comunicados informativos e preventivos para todos os moradores. Parafraseando o velho guerreiro, Chacrinha “Quem não se comunica, se trumbica”.
Se o seu condomínio ainda não fez planos para tentar barrar os criminosos, é hora de fazer isso antes que seja tarde.
Segurança não é custo, é investimento em prevenção e pode salvar vidas!
*Márcio Spimpolo, advogado especialista em direito imobiliário e condominial, professor e coordenador da FAAP