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CotidianoCriptoativos: Não são modinha, vieram para ficar

Criptoativos: Não são modinha, vieram para ficar

Perceba a expressão que estou usando. Não é moeda digital e sim criptoativo

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Eliseu Hernandez D’Oliveira, assessor de investimento da BlueTrade (Foto: Weber Sian / ACidade ON

De tempos em tempos o assunto Bitcoin entra na moda das rodas de amigos (grupos de WhatsApp, por causa da quarentena! rs) devido a sua grande e rápida valorização. O assunto acaba caindo no esquecimento com o tempo, mas a importância dos criptoativos não. Em um mundo digital a reserva de valor deve evoluir para o digital também. Não que os outros tipos deixaram de existir, porém devem ficar à margem no processo de amadurecimento das economias interligadas.

Perceba a expressão que estou usando. Não é moeda digital e sim criptoativo. O conceito de moeda tem a ideia intrínseca de meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. As criptos, apesar de terem sido criadas para serem utilizadas como meios de troca descentralizados (e foram usadas para tráfico), não devem conseguir substituir as moedas oficiais de cada país. A não ser que cada país adote a sua própria oficial. Entretanto evoluíram para reserva de valor devido à tecnologia do blockchain que garante a solidez, escassez e valor.

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O maior problema de se criar um ativo novo é que ninguém garante que o criador desse ativo não daria a si mesmo um milhão desse ativo. Bitcoin foi projetado para resolver esse problema usando um tipo específico de banco de dados chamado blockchain. A maioria dos bancos de dados normais tem alguém responsável que pode alterar as entradas. Blockchain é diferente porque ninguém está no comando; é administrado pelas pessoas que o usam. Além do mais, os bitcoins não podem ser falsificados, hackeados ou gastos em dobro – então, as pessoas que possuem esse ativo podem confiar que ele tem algum valor.

O Bitcoin é o mais conhecido e pioneiro, porém existem inúmeras outras criptos. A Nasdaq, em parceria com a Hashdex criou um índice para representar o mercado de criptoativos, chamado NCI (Nasdaq Crypto Index). Esse índice é composto por ativos que possuem alta liquidez, preço flutuante, são negociados em pelo menos três corretoras qualificadas, suportados por pelo menos duas custodiantes institucionais e representam no mínimo 0,5% do mercado.

Além disso, a infraestrutura construída em torno da criptomoeda e do Bitcoin mostrou grande maturidade nos últimos anos, tornando mais fácil e seguro investir do que nunca. E o atual crescimento de valor se deve a alguns fatores.

O primeiro, o destaque é a inflação e a redução do poder de compra em meio a grandes gastos com estímulos (gastos governamentais e “impressão” de dinheiro por parte dos bancos centrais) que estão levando as pessoas a ativos de reserva de valor (como ouro), incluindo criptoativos. Segundo, a adoção institucional como um investimento e como um serviço que eles podem fornecer mostra forte confiança no futuro das criptos.

No caso específico do Bitcoin, o mecanismo de redução da recompensa de mineração do Bitcoin (halving) prova ainda mais sua escassez e mérito como ativo de reserva de valor.

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Podemos ver que 2020 foi um ano de grandes mudanças nesse mercado. Com os criptoativos atingindo seu ponto mais alto (Bitcoins como um desses) e tendo mais infraestrutura e investimento institucional do que nunca, eles mostram que vieram para ficar.

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