As delegacias de Ribeirão Preto registraram, no último mês de julho, uma alta de 38,7% nos furtos e roubos em comparação ao mesmo mês de 2020, conforme dados da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo). O balanço mais recente aponta que foram 981 crimes desses dois tipos, ante 707 casos registrados em julho do ano passado.
Vale lembrar que em julho de 2020, a região de Ribeirão Preto estava nas fases mais duras do Plano São Paulo, com comércio e serviços sem atendimento presencial – ou seja, a maioria das pessoas estava em casa. Já em julho de 2021, comércio e serviços estavam funcionando, mas com limitação de ocupação e horário.
Para o especialista em segurança pública Manoel Ferreira, o aumento está diretamente relacionado à flexibilização das atividades comerciais. Com o relaxamento das medidas, o comércio voltou a ter atendimento ao público, o que intensificou a exposição de pessoas.
VEJA TAMBÉM: Polícia busca responsáveis por arrastão em avenida de Ribeirão
“Devido aos estabelecimentos estarem fechados à época, as pessoas ficaram reclusas em suas casas, não havendo movimentação de dinheiro. Mesmo porque os veículos pararam de circular, então não havia furto de veículos, roubo à mão armada e assalto a transeuntes com essa incidência. Agora, com a flexibilização, tudo isso voltou. É a oportunidade que os agressores têm para agirem”, disse.
Com exceção aos roubos de veículos, o levantamento indica que todos os outros tipos de furtos e roubos aumentaram (veja abaixo tabela).
O crescimento mais expressivo ocorreu nos furtos de veículos: saltou de 75 casos para 145 ocorrências, uma alta de 93,3% na comparação entre os meses. Já os casos de furtos – exceto os de veículos – pularam de 454 para 611, registrando uma alta de 34,5%.
Observando esses crescimentos, Ferreira ressaltou que o caminho rumo à diminuição dos crimes se relaciona a fatores que vão desde “o aumento da oferta de empregos, passando por um maior patrulhamento preventivo e indo até a orientação ao público quanto às medidas preventivas”.
Cidade desprotegida
Ainda de acordo com Manoel Ferreira, outro fator que pode influenciar no aumento desses crimes é a falta de um sistema de monitoramento eficaz em Ribeirão Preto.
Em contato com o ACidade ON, a prefeitura informou que o antigo sistema “Olhos de Águia”, que interligava 24 câmeras de segurança, atualmente está desativado no município. Segundo a Administração Municipal, os equipamentos se tornaram obsoletos e incompatíveis com a atual tecnologia.
Na tentativa de prevenir os crimes, a prefeitura iniciou, no último mês de julho, a instalação de 102 câmeras de segurança. Ao todo, 62 equipamentos capazes de identificar veículos furtados ou roubados vão monitorar avenidas estratégicas como Saudade, Presidente Vargas e Maurílio Biagi. Já outras 40 câmeras ficarão no quadrilátero central, auxiliando no trabalho preventivo das policias.
Todos os equipamentos serão interligados, formando o programa “Guardiões da Cidade”, de acordo com a prefeitura. O prazo para a instalação de todas as câmeras, porém, não foi divulgado.