A PF (Polícia Federal) informou que um homem acusado de ser o líder de uma organização criminosa de Ribeirão Preto foi preso pela Interpol na República Dominicana. Mohamad Kassem Najm foi detido no âmbito da Operação Octopus e desembarcou no aeroporto internacional de Guarulhos nesta quarta-feira (30), onde foi cumprido o mandado de prisão nacional pela PF.
De acordo com a PF, Mohamad é acusado de ser o doleiro de uma organização criminosa que teria movimentado mais de R$ 22 bilhões de forma ilegal em sete anos. O grupo é acusado de lavar dinheiro e sonegar impostos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do MPF (Ministério Público Federal).
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Além disso, ele é investigado por falsidade ideológica, descaminho (crime tributário), evasão de divisas e lavagem de dinheiro para o grupo. As penas cominadas para as condutas, até o momento, se somadas podem chegar a 33 anos de prisão.
Mohamad foi localizado com apoio do Núcleo de Cooperação Policial Internacional da Polícia Federal e do MPF. As investigações apontaram que o suspeito estava no país caribenho e após os contatos estabelecidos pela Interpol, foi confirmada a localização de Mohamad.
Ele foi detido no aeroporto de Santo Domingo, capital da República Dominicana, enquanto tentava deixar o país no último dia 27 de novembro.
O caso
A Operação Octopus foi deflagrada em outubro. Na ocasião, 36 pessoas foram detidas, além disso, foram apreendidos carros de luxo, dinheiro e joias. A Justiça também determinou o bloqueio de 250 mil dólares em criptomoedas (cerca de R$ 1,3 milhão).
Segundo a denúncia da promotoria, Mohamad é acusado de ser o comandante do núcleo central esquema, que contaria com núcleos bancários, de empresários e empresas de fachada em nome próprio, de familiares e amigos.
Uma das empresas envolvidas atuaria no ramo moveleiro e lavava dinheiro por meio de remessas ao exterior, simulando o pagamento de importações. Mesmo com grande movimentação de valores, as “empresas pagavam quantia irrelevante de tributos, evidenciando a prática da sonegação”.
Segundo a investigação, a lavagem de dinheiro se dava a partir do envio de recursos para o exterior, via pagamentos de importações de terceiros, negociações de dólar no mercado paralelo, criptomoedas ou fisicamente, cooptando “laranjas” em regiões de fronteira com valores escondidos em carros. Entre os destinos mais comuns estavam o Paraguai e o Uruguai.
Outro lado
A reportagem do acidade on Ribeirão não encontrou a defesa de Mohamad Kassem Najm.