O cantor Lenine se apresentou no Theatro Pedro II, nesta semana, em Ribeirão Preto. Os ingressos para os dois dias foram esgotados rapidamente. O acidadeon conversou com o cantor sobre música, show em Ribeirão, álbuns e o sentimento antes de subir no palco.
Para Lenine, o momento em que ficou afastado dos palcos, por causa da pandemia, foi muito doloroso. Por isso, a volta e o contato com o público são especiais. “Essa espécie de retorno que a gente tá tendo, de frequentar novamente os teatros e fazer música pra pessoas pessoalmente, é o motivo de tudo o que faço. Poder estar voltando é arrebatador pra gente que depende dessa emoção”, disse o cantor.
O músico esteve em Ribeirão para outros shows e participou da edição do João Rock de 2018. Dessa vez, ele veio junto com o produtor musical Bruno Giorgi, que o acompanhou no baixo, bandolim, teclados, voz e sampler. Para o cantor, um vínculo com o público ribeirão-pretano já foi estabelecido. “A gente, quando vai a algum lugar pela primeira vez, estabelece um tipo de vínculo com um pedaço de público. Depois você retorna, isso vai aumentando, então tem sempre, em cada lugar, um público que te acompanha. E isso já se estabeleceu aqui em Ribeirão Preto. É sempre muito bom retornar e poder rever esse público maravilhoso”, falou.
Estar no palco – Mesmo com quase 40 anos de carreira, o cantor diz sentir um frio na barriga antes de subir aos palcos. “O palco pra mim é como se fosse meu ritual, a minha missa”, comenta o cantor. “Toda vez que eu vou subir, sinto aquele frio na barriga, eu entro em estado de concentração, procuro conter a respiração e a euforia para fazer da melhor maneira e me divertir”, relata Lenine.
Sobre escrever as músicas – O processo de escrita e composição de música para o cantor é feito de diversas formas. Segundo Lenine, são muitos caminhos que levam para uma nova composição. “Pode ser uma melodia que chega e eu faço uma letra. Pode ser uma poesia que chega e eu faço uma música. Podem ser músicas que chegam por psicofonias, que saem como se elas já existissem e você só mostrou. Tem outras canções que demoram um tempão”, explica o compositor.
O mais importante para Lenine é justamente os diversos caminhos que a composição pode leva. “Descobrir os caminhos para se compor é o melhor da história e eu continuo procurando”, disse o cantor.
A reportagem ainda questionou Lenine sobre o álbum produzido que ele mais gosta. “O mais especial é sempre o mais recente e o mais recente é o filho novo, você acaba dando mais atenção”, finaliza o cantor e compositor.