O estudo clínico para o tratar leucemias e linfomas utilizando células CAR-T, desenvolvido no Hemocentro de Ribeirão Preto, vai receber um investimento de R$ 100 milhões. O recurso será repassado pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa de Aceleração ao Crescimento (PAC) da Saúde.
Segundo o médico hematologista Gil De Santis, diretor médico do Laboratório de Terapia Celular do Hemocentro, esses recursos serão aplicados principalmente na manufatura dos produtos celulares, que envolve a compra de insumos e de reagentes, e financiarão os gastos hospitalares decorrentes do tratamento.
“Nessa fase, avaliaremos a segurança e a eficácia do novo produto, para, ao final, solicitar a sua aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que o tratamento seja oferecido aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS)”, disse De Santis, em entrevista ao Jornal da USP.
Tecnologia para a saúde
A pesquisa conta ainda com participação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC-FMRP) da USP e da Fundação Butantan.
Rodrigo Calado, diretor científico do Hemocentro e pró-reitor de Pós-Graduação da USP, afirma que esse estudo representa a concretização de uma ideia científica nascida no laboratório de pesquisa, que impacta no tratamento oferecido a pacientes com câncer.
O diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás, destacou que o Butantan fez um grande investimento na construção de plataforma de produção de células CAR-T.
“Agora, consolida a linha de pesquisa com a captação de recursos necessários para conduzir o primeiro estudo clínico com tecnologia. Com isso, se posiciona para suprir a demanda que será exigida no Brasil para esta nova forma de tratamento”, disse Kallás, também em entrevista ao JKornal da USP
Alvo específico
O estudo vai incluir 81 pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B, que não obtiveram resposta ao tratamento convencional inicial, composto de quimioterapia e transplante de medula óssea.
“Esta fase do estudo é direcionada para casos que não responderam ou apresentaram o retorno da doença após a primeira linha de tratamento convencional, com o uso da quimioterapia e o transplante de medula óssea”, explicou De Santis.
O CAR-T, desenvolvido no Hemocentro de Ribeirão Preto, é ‘treinado’ para atingir um alvo específico que se chama CD19, presente somente na leucemia linfoide aguda de células B e no linfoma não Hodgkin de células B.
O nome CAR-T vem da união de dois conceitos: CAR é a sigla em inglês para receptor quimérico de antígeno (chimeric antigen receptor) e T vem de linfócitos T, células do organismo responsáveis por sua defesa.
O primeiro voluntário brasileiro, que recebeu o tratamento experimental em 2019, alcançou a remissão total de um linfoma em estágio terminal. Outros pacientes que optaram pelo tratamento também tiveram remissão.
Até hoje, a terapia celular se mostrou altamente eficaz contra casos de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B, dois tipos de cânceres de sangue. (com informações do Jornal da USP)
VEJA TAMBÉM
Veja qual carro tem o IPVA mais caro no estado de SP; Valor passar de R$ 500 mil
FIQUE ON
Fique ligado em tudo que acontece em Ribeirão Preto e região. Siga os perfis do acidade on no Instagram e no Facebook.
Receba notícias do acidade on no WhatsApp. Para entrar no grupo, basta clicar aqui.
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ribeirão Preto e região pelo WhatsApp: (16) 99117 7802.
LEIA MAIS
Calor e chuva: Confira como deve ser o verão no Brasil