Uma família de Ribeirão Preto foi impedida de entrar no México. Na última sexta-feira (15) eles ficaram mais de 16 horas presos em uma sala no aeroporto de Cancún sem acesso a água e comida antes de serem deportados para o Brasil.
As oito pessoas iam passar férias no país da América do Norte e o problema aconteceu na chegada ao aeroporto porque foi alegado que eles não tinham a autorização correta para entrar no México.
“Quando a gente foi passar, eles informaram que estávamos com o formulário errado, disseram que tínhamos que voltar no Brasil”, conta a empresária Bianca Vanzella, em entrevista à EPTV.
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No local, os passaportes e celulares dos turistas foram confiscados. “Eles levaram a gente para outra sala, e não conseguíamos ver nada lá dentro. Disseram que algum funcionário da Copa [empresa aérea] iria entrar em contato com a gente. Nos trancaram lá e não apareceu ninguém”, declara Bianca.
A família ainda afirma que algumas malas foram extraviadas e outras violadas. Os turistas declararam que vários objetos de valor foram roubados. O prejuízo, incluindo passagens e hospedagem, passa de R$ 120 mil.
“Fora o prejuízo emocional que a gente passou. Fomos tratados como criminosos, a gente não tinha nada irregular ou ilegal”, disse o empresário Fernando Bittar Garcia.
O presidente da seção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Ribeirão Preto, Alexandre Nutti, explica desde dezembro do ano passado não existe mais um acordo entre o Brasil e México para entrada no país e, por isso, a autorização é necessária.
“O ministério de relações exteriores mexicano justificou isso em virtude de muitos brasileiros ingressarem ao México para tentar entrar nos EUA. Mas isso não ultrapassa os direitos humanos, as pessoas não podem sofrer tipos de situações vexatórias neste sentido. A pessoa pode ingressar pedindo indenização”, afirma.
Outro lado
A Copa Airlines foi procurada pela reportagem da EPTV, mas não respondeu até a publicação da matéria.
Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que a Embaixada do Brasil na Cidade do México tem insistido junto às autoridades mexicanas para que os cidadãos brasileiros, admitidos ou não, devem receber uma recepção com base em regras públicas e transparentes e dentro do respeito aos direitos humanos de cada indivíduo.
Além disso, informou que, quando recebe denúncias de maus-tratos a cidadãos brasileiros, a embaixada registra o ocorrido e solicita esclarecimentos ao “Instituto Nacional de Migración”.
Para isso, os viajantes devem informar nome completo, data e local de nascimento, número do passaporte, número do voo, data e hora de chegada no México e a cópia do passaporte dos nacionais envolvidos.
Os interessados podem enviar os dados à Divisão de Assistência Consular do Itamaraty, pelo e-mail dac@itamaraty.gov.br (com EPTV).
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