Um homem de 26 anos confessou ter matado a namorada e colocado o corpo dela numa mala, em São José do Rio Preto, cidade a 190 quilômetros de Ribeirão Preto, informou a Polícia Civil.
O crime ocorreu na noite de quinta-feira (17), no apartamento em que a vítima morava, motivado por ciúmes, segundo a polícia.
O corpo da médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, foi encontrado nu, dentro de uma mala e com várias perfurações por faca, no final da tarde de sexta-feira (18), no apartamento em que ela morava, no terceiro andar de um prédio na Vila Redentora.
Na noite de sábado (19), o namorado dela, Davi Izaque Martins Silva, foi preso temporariamente por 30 dias, suspeito de ter cometido o assassinato. Ele estava na casa da mãe dele, na mesma cidade.
O delegado Alceu Lima de Oliveira Junior, titular da Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São José do Rio Preto, informou que Silva prestou novo depoimento e confessou o crime – no primeiro, ele havia dito não se lembrar do que aconteceu.
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Segundo depoimento
No segundo depoimento, conforme o delegado, Silva contou que havia consumido cocaína e ecstasy, além de duas cervejas, e começou a discutir com a namorada por ciúmes. Depois atacou-a a facadas, matando Thallita.
Silva então colocou o corpo da médica dentro de uma mala e pretendia levar o cadáver embora. Mas, constatou que a mala estava rasgada e, por isso, desistiu desse plano.
O rapaz permaneceu no apartamento da namorada até a tarde de sexta-feira. Desde a noite anterior, estava se passando pela namorada para responder mensagens de familiares dela no WhatsApp.
Silva só saiu do prédio às 16h13 de sexta-feira, deixando o corpo no apartamento. Ele chamou um motorista e desembarcou em frente a uma lanchonete onde já havia trabalhado.
O motorista que fez essa corrida prestou depoimento e contou ter notado um forte cheiro de carne no corpo do passageiro. Perguntou ao passageiro sobre isso e ele respondeu, mentindo, que era em função do trabalho em uma lanchonete.
A mãe de Thallita estranhou a conversa da filha, que por aplicativo disse estar ocupada e não poder conversar, e o posterior sumiço dela, e pediu que uma amiga fosse até o apartamento.
A amiga foi até a porta do apartamento, mas ninguém atendeu. Ela saiu, avisou a polícia e policiais militares a acompanharam até o imóvel, que foi arrombado. A amiga e os policiais encontraram o corpo da médica.
Quem é a vítima
A família de Thallita é de Guaratinguetá, cidade paulista do Vale do Paraíba, mas ela morava em São José do Rio Preto desde 2016, quando começou a cursar Medicina.
A jovem concluiu o curso em 2021 e atualmente trabalhava como plantonista em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Bady Bassit.
O namoro com Silva começou há cerca de três anos, e há cerca de um ele passava vários dias por semana na casa dela – onde ficava mesmo quando ela viajava para Guaratinguetá para visitar a família.
Para o delegado, embora o crime tenha parecido ser passional, na verdade é patrimonial: o rapaz dependia financeiramente da namorada e, além do ciúme, tinha receio de que ela terminasse o relacionamento.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Silva. O espaço está aberto para manifestações.