Quem nunca se deparou com promessas milagrosas, aquelas fórmulas mágicas de riqueza
da noite para o dia? Uma coisa é certa: duvide de tudo o que pareça muito rápido ou fácil
demais no mercado financeiro. Todo investidor de sucesso sabe que é preciso tempo,
paciência, disciplina e resiliência no universo dos investimentos. Aqui entra o conceito do
longo prazo: quando você tem um cuidado especial com o que você possui hoje para
alcançar algo muito maior no futuro.
Não caia na armadilha do enriquecimento rápido e fácil sem trabalho e esforço. Isso só
existe na Mega-Sena, mas é mais fácil cair um raio na cabeça do que ganhar o sorteio.
Falsas oportunidades não faltam. Tem até algoritmo da Nasa que promete entregar 300%
de rentabilidade, mas vai te levar é a chorar no travesseiro da Nasa.
O que faz a mágica do longo prazo são os juros compostos, porém leva tempo até os
efeitos deles começarem a aparecer e se tornarem exponenciais. A internet atribui a
Einstein as frases de que os juros compostos são a oitava maravilha do mundo e que seja a
maior força do universo. Não sei se de fato foi ele que disse, mas não reduz a importância
dessas mensagens. 10% ao ano parece pouco, mas em 10 anos são 160% e em 20 anos,
570%. E em 30 anos? 1640%!
Em renda fixa, as pessoas percebem isso melhor. Entretanto, a previdência privada é um
exemplo de investimento pensado no longo prazo, que pode trazer inclusive benefícios
tributários. O mercado de ações, muitas vezes associado somente ao “trade” (day ou
swing), também pode ser usado como uma estratégia com foco lá na frente, inclusive
protegido pela inflação. Essa abordagem dilui perdas e riscos, trazendo mais confiança ao
investidor.
Já falamos sobre previdência e ações e seus benefícios de longo prazo aqui nessa coluna,
inclusive do lado fiscal (vamos falar muitas outras vezes). Porém já parou para pensar que
ações também te protegem contra inflação? Se as empresas sobem o preço, tudo o mais
constante, o patrimônio líquido sobe e os dividendos também sobem. Suas ações valerão
mais e você receberá mais dividendos.
Falando em dividendos, é extremamente importante reinvesti-los na fase de acumulação de
patrimônio. Ao fazer isso, mais dividendos serão recebidos no ano fiscal seguinte. É a
mesma ideia dos juros compostos. Se tivesse 100 ações, ganharia 10 em dividendos e
compraria mais ações. No ano seguinte receberia 11 em dividendos.
Algo importante a ser destacado são os aportes mensais nos investimentos. 10% sobre
100, é igual a 110. Porém 10% sobre 210 no segundo período é igual a 231. Na primeira
parte, tivemos um ganho de 10. Na segunda, tivemos um ganho de 21 e não de 11. Ocorre
a potencialização do poder dos juros compostos. Parece mágica, mas são os juros
compostos no longo prazo.