A mulher acusada de planejar a morte do marido para sacar o seguro de R$ 750 mil foi absolvida pelo júri popular, por quatro votos a zero, na noite desta segunda-feira (14), no Fórum de Ribeirão Preto.
A decisão livrou Ana Cláudia Batista do crime de homicídio qualificado por motivo torpe contra o empresário Leandro Henrique Batista, de 35 anos.
A previsão é que a mulher deixe o Centro de Ressocialização Feminino de São José do Rio Preto nesta terça-feira (15). Ela estava presa há dois anos e oito meses, depois que se apresentou à polícia.
O MP (Ministério Público) acusava Ana Cláudia de ter oferecido R$ 80 mil ao responsável pelos disparos que mataram o empresário. O autor foi identificado como Éder da Silva Rezende, Ele segue preso por suspeita de outro crime. O julgamento pela morte do empresário ainda não tem data, já que o processo foi desmembrado.
O advogado de defesa de Ana Cláudia, Daniel Rondi, explicou que eram três as linhas de investigação policial: latrocínio, crime passional devido a um suposto relacionamento extraconjugal da vítima com a esposa de um primo e homicídio vinculado ao interesse pelo seguro milionário.
“Consegui fazer uma prova de que o assassino não era a Ana e sim o marido traído. A gente mostra uma evidência que demonstra que o assassino era uma pessoa que tinha um triângulo amoroso na história. E aí a gente mostrou quem foi a pessoa que tinha interesse em matar o Leandro. Essa testemunha, eu faço uma pergunta para ela e ela é pega pela traição da memória. Ela falou que sabia da morte às 9h, mas às 9h só sabia que o Leandro estava morto quem matou e quem mandou matar. Quando a gente mostrou isso, ficou evidente que a Ana não era a mandante do crime e que correspondia a uma tese de crime passional e não motivo torpe”, disse Rondi.
De acordo com a defesa, outro homem citado no processo, que não é o Éder Rezende, é apontado como o autor dos disparos. Ele, contudo, ainda não foi julgado.
Como o placar chegou a quatro a zero, não havia possibilidade de reversão entre os sete jurados e o júri foi encerrado. Ainda segundo o advogado, a promotoria deverá recorrer da decisão.
O crime
Leandro Batista foi assassinado em 2018, em frente a uma casa que ele havia colocado para localização, no Jardim Monte Carlos, zona Oeste de Ribeirão Preto.
À época, Ana Cláudia chegou a declarar que o marido saiu pouco depois de uma pessoa ligar para ele, demonstrando interesse na compra do imóvel.
A vítima foi baleada na cabeça e no tórax e morreu ainda no local. Leandro morava em Dumont e tinha um salão de beleza em Ribeirão. Ele deixou cinco filhos. (Com EPTV)