A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público contra três acusados pelo assassinato de Moïse Kabagambe. O jovem congolês foi espancado até a morte em quiosque na Barra da Tijuca, na zona Oeste do Rio, no dia 24 de janeiro de 2021.
A denúncia relata a barbaridade do crime, com morte decorrente de traumatismo no tórax e contusão pulmonar, provocada por ação contundente. Os denunciados relataram que as agressões foram feitas com um pedaço de pau, enquanto a vítima estava imobilizada.
“Além disso, tanto o laudo de necropsia quanto o laudo pericial de local mostram que a vítima foi atingida por inúmeros golpes na parte posterior do tronco. Consta também zona equimótica na órbita ocular, o que é indicativo de lesões na face ou base do crânio”, diz a denúncia.
A juíza Tula Correa de Mello, da 1ª Vara Criminal da capital, decretou a prisão preventiva de Fabio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva, que irão responder por homicídio triplamente qualificado.
“Presentes, portanto, indícios de que o crime foi praticado por motivo fútil, decorrente de mera discussão e praticado com emprego de meio cruel, haja vista as agressões bárbaras. O crime foi praticado com recurso que impossibilitou a defesa da vítima, que foi derrubada e imobilizada, não tendo como reagir”, diz a decisão.
Segundo a juíza, o homicídio de Moïse é o terceiro caso de espancamento na orla da Barra da Tijuca em menos de um mês, “revelando, portanto, especial audácia criminosa”.